Rumores políticos anulam queda do dólar e moeda fecha estável

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Publicado Segunda, 03 de Fevereiro de 2003 às 15:00, por: CdB

O saldo de uma manhã de otimismo e queda do dólar e uma tarde de rumores políticos e alta da moeda foi o primeiro fechamento estável do ano. O dólar encerrou esta segunda-feira nos mesmos R$ 3,515 em que fechou janeiro. A moeda anulou a queda da manhã depois que, pouco após o intervalo dos negócios para o almoço, passaram a circular pelo mercado rumores sobre a abertura de processos contra o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) em Ribeirão Preto, cidade que administrava antes de renunciar à Prefeitura pelo Ministério. Entretanto, as informações, mesmo nas mesas de operações, são desencontradas, e a onda de rumores, apesar do estresse que causou na reta final de negócios, não sustentou a alta. "O que acontece é que muita gente vendeu dólar de manhã achando que [a cotação] ia cair mais e isso não aconteceu. Esses investidores voltaram para o mercado à tarde, quando o volume de negócios era bem menor, comprando", afirmou um operador em São Paulo. Antes da agitação vespertina, o mercado prometia registrar a quarta queda consecutiva do dólar, que encontrou espaço para ceder após a posse do Congresso e o arrefecimento dos temores de guerra no Iraque. O risco Brasil manteve a baixa de 2,11% e operava há pouco a 1.295 pontos. Boas notícias Segundo analistas, a trajetória de recuperação vista hoje ainda é consequência das boas notícias da semana passada, como o anúncio de novas captações externas por empresas brasileiras, a rolagem de uma dívida cambial que venceu hoje, a elevação da recomendação dos títulos da dívida externa brasileira e a boa repercussão da presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Fórum Econômico Mundial. Hoje também, o Bradesco anunciou a conclusão de uma captação externa em 70 milhões de euros e a abertura de uma nova operação para captara pelo menos mais US$ 50 milhões até sexta-feira. Segundo analistas, a tendência é que o dólar amanhã oscile em torno dos R$ 3,50, considerado um bom patamar para a moeda. Guerra e posse Os EUA prometem apresentar na quinta-feira provas comprometedoras de que o Iraque desenvolve um programa de armas de destruição em massa. O governo iraquiano diz que supostas evidências seriam ''fabricadas''. Enquanto isso, o premier britânico Tony Blair, maior aliado do presidente dos EUA, George W. Bush, na questão iraquiana, pediu-lhe que espere por uma segunda resolução da ONU sobre o Iraque antes de qualquer ataque, o que atrasaria a eventual guerra em algumas semana. Já na frente doméstica, o mercado recebeu bem a posse dos parlamentares brasileiros no fim de semana. As escolhas do petista João Paulo Cunha para presidir a Câmara dos Deputados e do peemedebista José Sarney para reger o Senado selam o acordo do PT com o PMDB para garantir maioria governista nas duas casas, condição necessária para a aprovação das reformas previstas pelo governo.

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