Rumo certo

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Publicado Sexta, 25 de Fevereiro de 2022 às 06:33, por: CdB

 

Em meu último texto endossei inteiramente o que vem sendo determinado pela comissão organizadora da reunião do dia 7 de abril, aceitando como definitiva a forma de sua composição e sugerindo medidas capazes de aumentar sua representatividade e legitimidade.

Por João Guilherme Vargas Netto - de São Paulo

Parece que as coisas estão tomando o rumo certo. Enquanto na base e no dia a dia os dirigentes estão cuidando dos problemas dos trabalhadores, organizando campanhas e negociando reajustes salariais, fiscalizando os locais de trabalho ou pressionando deputados e senadores, nas cúpulas das direções sindicais preocupa-se também com a realização da Conclat 2022.
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O que pode e o que deve ser feito anteriormente àquela data e a partir de hoje juntamente com as tarefas cotidianas?
E esta dupla tarefa é mesmo necessária. Em meu último texto endossei inteiramente o que vem sendo determinado pela comissão organizadora da reunião do dia 7 de abril, aceitando como definitiva a forma de sua composição e sugerindo medidas capazes de aumentar sua representatividade e legitimidade.

Conjunto das instituições

Mas, para o conjunto das instituições, dos dirigentes e dos ativistas (não diretamente envolvidos nesta preparação) o que pode e o que deve ser feito anteriormente àquela data e a partir de hoje juntamente com as tarefas cotidianas? Sugiro que todos se articulem, conforme as modalidades costumeiras de reuniões, presenciais ou virtuais, para reforçarem a pauta nacional da classe trabalhadora a ser aprovada. Assim, mesmo sem a tarefa de escolher delegados (que seriam convocados ou convidados pela comissão organizadora) os dirigentes e os ativistas das entidades consolidariam com suas discussões e propostas a pauta nacional, enriquecendo-a com temas gerais e específicos relacionados aos quatro eixos temáticos já propostos: Emprego, Direitos, Democracia e Vida. E como prova de que o rumo certo já anda sendo tomado registro que inúmeras e importantes entidades planejam e executam estas iniciativas.

A representatividade da Conclat

Considero muito importante a nota das centrais sindicais convocando a Conclat para o dia 7 de abril, uma reunião presencial e virtual em São Paulo, para lançar a Pauta da Classe Trabalhadora 2022 com o lema Emprego, Direitos, Democracia e Vida. Concordo também com o desenvolvimento previsto para a iniciativa que, a partir da reunião nacional, se enraíze nos estados, nas cidades e nas categorias. No entanto, senti falta na nota das centrais de um parágrafo que anunciasse em termos gerais a previsível adoção de critérios de convocação e participação no evento, algo como o parágrafo que sugiro abaixo: “Em breve, a organização do evento definirá as normas, o regimento, a proporcionalidade, a questão do financiamento, as cotas de gênero, etc, que também serão amplamente divulgadas para a mídia e em nossos meios de comunicação e redes sociais.” Com este parágrafo se atenderia às expectativas (criadas pela nota) dos trabalhadores e das trabalhadoras do Brasil inteiro com o anúncio em tempo apropriado das respostas às perguntas: como eu serei ouvido? como minha categoria participará? Como minha entidade será representada? Lembremo-nos que na primeira Conclat (1981), da Praia Grande, participaram 5.500 delegados, até mesmo as oposições sindicais existentes na época, atendendo ao convite da Comissão Pró-CUT e precedida pelas Enclats e na segunda (2010) a convocatória foi tão ampla que o limite às delegações foi dado apenas pelos constrangimentos financeiros das entidades, perfazendo os 20 mil participantes no Pacaembu. Neste ano de 2022 não caberia seguir os dois exemplos citados, razão a mais de se explicitar tempestivamente os critérios de representatividade e composição compatíveis com a relevância da Conclat, sem que se possa acusá-la de um convescote de amigos ou um lacinho de ouro para apaniguados.  

João Guilherme Vargas Netto, é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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