Roseana já discute saída do cargo

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Publicado Sexta, 14 de Dezembro de 2001 às 00:49, por: CdB

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, já está discutindo com seus auxiliares a data em que deixará o cargo para se tornar legalmente apta a disputar as eleições de 2002. A sugestão de setores do comando do PFL nacional é que ela deixe o governo no Dia de São José, o padroeiro do Nordeste, comemorado em 19 de março. Roseana, entretanto, disse à Agência Estado que gosta muito do que faz e seu desejo é permanecer na função até o último dia permitido pela lei, desde que não caia em 1º de abril - o tradicional dia universal da mentira -, ou em 31 de março, a data do golpe militar de 1964. Roseana, nesta quinta-feira, estava quase eufórica com o resultado das últimas pesquisas de opinião, que indicam a consolidação do nome dela em segundo lugar na preferência dos eleitores para a presidência da República. A governadora comemorou sobretudo o resultado de uma simulação quantitativa do segundo turno eleitoral, feita pela pesquisa CNT/Sensus, na qual é a única entre os prováveis candidatos que venceria o favorito das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. "Recebo essas coisas com naturalidade, mas acho que a hora é de meditar neste período de Natal e agradecer a Deus a generosidade do povo brasileiro", disse ela. Numa conversa telefônica recente com Fernando Henrique, o presidente estimulou-a a continuar trabalhando: "Usufrua bem o momento em que você está no alto", disse ele. Apesar dos resultados favoráveis, a governadora insistiu em suas declarações de que, mais do que favorecê-la, os números da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) "demonstram claramente que, se a base aliada indicar um candidato de consenso, ele terá grandes chances de vencer as eleições". O PFL continua defendendo a tese de que as atuais forças coligadas (PFL-PSDB-PMDB-PPB) serão imbatíveis se mantiverem a aliança que reelegeu o presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998. O quadro da corrida presidencial neste final de ano, porém, indica uma tendência de fragmentação das forças governistas na campanha eleitoral, com o lançamento de candidaturas próprias. Os motivos dos chefes partidários são múltiplos, mas se resumem em cada legenda ao seguinte: o PFL acredita ter construído uma candidatura competitiva com Roseana Sarney; o PSDB se considera o partido natural para indicar o candidato à sucessão do seu principal quadro, o presidente Fernando Henrique; e o PMDB opera com tantas divergências internas, que a única maneira de evitar atritos graves na campanha é lançar candidato próprio, ainda que lhe falte as qualidades eleitorais para vencer a disputa. A candidatura própria, nesse caso, permitirá que cada facção do partido siga o caminho que julgar melhor na realidade eleitoral de seu Estado.

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