Rocinha lembra um ano do início da guerra entre traficantes

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Publicado Domingo, 09 de Abril de 2006 às 12:45, por: CdB

"Um domingo para lembrar e ao mesmo tempo superar uma noite trágica", foi assim que Andréa Oliveira, do Comitê Integrado da Rocinha, definiu como foi o primeiro dia de atividades da Semana Rocinha Unida pela Paz. Neste domingo faz dois anos que ocorreu a tentativa de invasão da comunidade pelo traficante Dudu, da favela vizinha do Vidigal, o que deu início a uma série de confrontos entre facções rivais do tráfico no local. Na ocasião, três pessoas foram mortas, duas moradoras da Rocinha.

Segundo Oliveira, a proposta da semana é "pensar em oportunidades para o futuro". Ela disse que, até o próximo domingo, ocorrerão atividades de teatro, música, capoeira, sarau e exposição de fotos. Também serão realizados campeonatos de futebol, vôlei, basquete e futevôlei. Neste domingo, houve um minuto de silêncio em homenagem às pessoas da comunidade, vítimas de violência - mortas nos últimos dois anos.

O Comitê da Rocinha, formado por 17 entidades (organizações não-governamentais, associações de moradores e outras instituições), existe há quatro meses. Criado com uma proposta de "fortalecer a comunidade", segundo Oliveira, um dos principais esforços do comitê, neste momento, é conseguir apoio para os projetos voluntários dos moradores.

- Tem muita gente aqui que faz trabalhos, como escolas de música e de futebol, sem ganhar um tostão, e que depois quando consegue um emprego acaba tendo que abandonar a atividade. Além disso, para o caso dos esportes, precisamos aumentar o número de quadras na comunidade - disse.

Segundo ela, a Rocinha tem apenas três quadras poliesportivas e costuma utilizar bastante a quadra vizinha, na praia de São Conrado para a realização das atividades. Outra idéia do comitê é fazer um levantamento do número de projetos sociais da comunidade.

- A nossa estimativa é que existam uns 50 (projetos), mas acreditamos que muitos de fachada, que não estão em atividade - disse.

A idéia do comitê, segundo Oliveira, é fechar uma parceria com o Observatório Urbano, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para a formatação dessa pesquisa.

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