Mentor da Fundação pelo Software Livre dá uma conferência na XIX Semana da Informática do Instituto Superior Técnico e afirma que a utilização de software proprietário causa dependência e desvirtua a missão da escola. Artigo |1 Março, 2012 – 14:22Auditório cheio para ouvir Stallman. Foto de um post de Francisco Franco do site PPlware
Richard Stallman defendeu a proibição de software proprietário nas escolas, mesmo que disponibilizado gratuitamente pelos fabricantes: “Os fabricantes de software proprietário estão a usar as escolas para promover a dependência das pessoas”, defendeu. Para o programador e ativista, o software proprietário desvirtua a missão social da escola – a escola deveria estar a preparar os alunos para serem conhecedores de software. Ora só o software livre permite e incentiva esse conhecimento.
Por outro lado, a escola deve incutir a predisposição para ajudar os outros, e só os princípios do software livre promovem este espírito de partilha. Além disso, o software livre ajudará a formar melhores programadores, corrigindo os seus defeitos. Trabalhar sobre o código com os professores e torná-lo mais claro é fácil com o software livre.
Para Stallman, a melhor forma de aprender a programar “é ler muito código e escrever muito código”, o que está garantido com o software livre, por ter código aberto.
Críticas ao projeto de lei do PS
Referindo-se ao projeto de lei 118 do PS, sobre a cópia privada, Stallman é da opinião que só servirá para dar mais dinheiro a vedetas já ricas. Em alternativa, defendeu a promoção da partilha de conteúdos e aplicação de uma taxa suplementar nas ligações à Internet. Os fundos obtidos seriam distribuídos pelos artistas, segundo um modelo que permitisse atribuir fundos com menos discrepância entre artistas mais e menos populares, garantindo que o dinheiro chegue aoso artistas e não só a editoras ou empresas intermediárias.
No início da palestra, Stallman pediu que não colocassem fotos dele no Facebook da palestra, criticando a política de “vigilância” do Facebook e alertando que “o Facebook não é vosso amigo”.
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