- Os norte-coreanos, eu acho, gostariam de ver uma escalada das tensões - afirmou Rice, no vôo para a Rússia, a sua última parada numa viagem para obter apoio para a implenmentação de sanções, já aprovadas na ONU, contra a Coréia do Norte.
A secretária - que já esteve no Japão, na Coréia do Sul e na China - também manifestou dúvidas sobre a informação de que Pyongyang concordou em não realizar um segundo teste com bomba atômica.
- Eu não sei se (o presidente da Coréia do Norte) Kim Jong-il disse ou não tal coisa - afirmou Rice, referindo-se à suposta garantia que o líder norte-coreano teria dado ao enviado especial do governo chinês, Tang Jiaxuan, de que não planeja realizar novos testes nucleares.
A informação foi passada para a agência de notícias japonesa Kyodo pelo ministro das Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, que teria conversado com autoridades chinesas.
Rice disse que a informação não lhe foi passada por autoridades chinesas em Pequim. "Tang (o designado chinês para a crise Tang Jiaxuan) não me disse que Kim Jong-il pediu desculpas pelo teste ou que nunca mais vai realizar um teste novamente."
Ameaça
Na Rússia, Rice deverá se encontrar com o presidente Vladimir Putin, o ministro da Defesa, Sergei Ivanov, e o ministro do Exterior, Sergei Lavrov, para discutir a implementação das sanções aprovadas em resposta ao anúncio da Coréia do Norte de que havia realizado um teste nuclear, no último dia 9 de outubro.
As medidas incluem a proibição do comércio de tanques, helicópteros e mísseis, assim de como tecnologia nuclear e de mísseis com a Coréia do Norte; inspeção de navios entrando e saindo do país; proibição da venda de bens de luxo e proibição de viagens de pessoas que trabalham em programas de armas e mísseis.
O correspondente da BBC em Moscou, James Rodgers, informa que o Kremlin deixou claro que não vê com bons olhos uma Coréia do Norte armada, mas não se consideram sob risco iminente.
O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, já disse que as sanções devem ser suspensas se a Coréia do Norte voltar à mesa de negociações.
Um ex-presidente da Coréia do Sul, Kim Dae-Jung, advertiu que a Coréia do Norte pode lançar mão de força militar em resposta a sanções.
Em uma entrevista à agência de notícias americana Associated Press, Kim pediu à comunidade internacional que dialogue com a Coréia do Norte ao invés de isolar o país.
Temas espinhosos
As difíceis relações da Rússia com a Geórgia e o assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya também fazem parte da pauta americana em Moscou.
Neste sábado, Rice se encontrou com o filho da jornalista e os editores do jornal para a qual trabalhava. Politkovskaya, uma crítica feroz do governo Putin e da política russa na Chechênia, foi morta a tiros no seu apartamente há duas semanas.
Quanto às relações entre Rússia e Geórgia, a secretária de Estado americana também pediu que os dois países mantenham a cabeça fria para lidar com uma crise dipliomática iniciada entre os dois países desde que quatro militares russos foram detidos por autoridades da Geórgia.
- A cabeça fria deve prevalecer aqui porque esse é tipo de problema que pode fugir do controle - afirmou, antes de se encontrar com Putin.
Rice também poderá falar sobre a questão do Irã e buscar apoio russo para sanções sobre seu suposto programa de armas nucleares, em suas reuniões com autorida