Qualidade de vida no Brasil é pior do que a de Cuba, México e Uruguai

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Publicado Quinta, 09 de Novembro de 2006 às 10:41, por: CdB

O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) 2006, da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado nesta quinta-feira, mostra o Brasil na 69ª posição no mundo. Noruega, Islândia, Austrália, Irlanda e Suécia aparecem como os melhores países para se morar enquanto a qualidade de vida na África continua a cair devido à Aids. O relatório classifica os países não apenas segundo a renda per capita, mas também segundo o sistema educacional, o atendimento médico e a expectativa de vida, avaliando assim o nível de bem-estar social em cada um deles.

O Brasil fica atrás ainda de Uruguai (43º), Costa Rica (48º), Cuba (50º) e México (53º). Já o Barein (39º) possui uma renda per capita duas vezes maior do que a do Chile, mas está uma posição abaixo do país sul-americano devido à "sua performance ruim nos setores de educação e alfabetização", afirmou o documento. Mas o país latino-americano melhor colocado no ranking é a Argentina, no 36º lugar.

Os EUA ficaram em oitavo lugar, depois de Canadá e Japão. Como era de se esperar, os países do topo da lista são nações onde a renda per capita é alta -- os habitantes dos países mais ricos tendem a ser mais saudáveis e a ter mais oportunidades educacionais.

A população da Noruega, por exemplo, é 40 vezes mais saudável do que os moradores de Níger, que ficou no 177º lugar, o último da lista. Para os 31 países menor nível de desenvolvimento humano, a expectativa de vida era de apenas 46 anos --cerca de 32 anos abaixo da expectativa de vida nos países mais ricos, afirmou o relatório. Mas alguns países ocupavam, na lista, uma posição melhor do que indicaria sua renda per capita. O Vietnã (109o), por exemplo, é pobre, mas aparece acima de países com uma renda per capita maior do que a dele.

A África subsaariana, por sua vez, estagnou desde 1990, em parte devido à desaceleração econômica provocada pelos "efeitos catastróficos da Aids sobre a expectativa de vida", disse o relatório. A lista de 177 países termina com Níger. Acima dele estão Serra Leoa, Mali, Burkina Fasso, Guiné-Bissau, República Centro-Africana, Chade, Etiópia, Burundi, Moçambique e República Democrática do Congo, que ficou no 167o lugar.

Muita água

A água foi o tema escolhido pelas Nações Unidas (ONU) para compor a segunda parte do RDH. O relatório estabelece uma relação entre o acesso à água e a pobreza, e faz um diagnóstico de como está a crise mundial da água. O Brasil, onde 90% da população têm acesso à água potável, é apontado no relatório como um dos países onde o índice equivale ao de lugares com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

O índice é semelhante ao de países com alto IDH, como Coréia do Sul e Cuba. O IDH do Brasil, de 0,792, é considerado médio. Quanto à coleta de esgoto, no entanto, o país tem uma taxa de atendimento inferior à do Paraguai e à do México. No Brasil, 75% dos domicílios têm serviço de coleta de esgoto, segundo o RDH 2006, feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os dois indicadores, acesso à água e coleta de esgoto, evoluíram no Brasil de 1990 a 2004. A proporção de brasileiros com acesso à água potável, por exemplo, aumentou, no período, 8%. Antes, a taxa era de 83%. Com isso, o Brasil ficou bem perto da meta de 91,5%, estabelecida pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Os objetivos do milênio são uma série de metas socioeconômicas que os países que integram a ONU se comprometeram a atingir até 2015. Em 1990, o percentual da população que tinha acesso a serviços de saneamento adequado, de acordo com o relatório, era de 71%. Com os 75% atuais, o Brasil ainda precisa de 10,5 pontos percentuais para atingir a meta de 85,5% estabelecida para 2015.

Apesar do alto índice de acesso à água, o Brasil está no 74° lugar do ranking de 159 países onde o índice é medido para compor o RDH. A lista exclui os países com alto IDH. No ranking de saneamento, a posição brasileira é a de número

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