Protestos contra o capitalismo paralisam Lisboa, Atenas, Madri e Bruxelas

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Publicado Quarta, 29 de Fevereiro de 2012 às 18:08, por: CdB
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Lisboa, Atenas, Madrid e Bruxelas foram alguns dos palcos europeus com manifestações contra a austeridade preconizada pelas autoridades monetárias europeias, na tentativa de conter a crise que corrói o sistema capitalista mundial. Em resposta ao apelo da Confederação Europeia dos Sindicatos (CES), em frente ao edifício do Conselho Europeu, em Bruxelas, milhares de trabalhadores protestaram contra as medidas de contenção que empurra a Europa rumo ao desemprego e ao empobrecimento, a serem aprovadas nas reuniões de cúpula da União Europeia, nestas quinta e sexta-feira. – Construam uma outra política, a política de austeridade não funciona e criou um abismo entre os cidadãos europeus e os dirigentes da Europa – disse Claude Rolin, secretário-geral do sindicato europeu dos professores (CSC).
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Para Michèle Dehaen, do sindicato dos trabalhadores dos Correios (CGSP), "a Grécia está em dificuldades, mas o equivalente a tres vezes a dívida publica da Grécia está em bancos na Suíça. Logo, há formas de obter o dinheiro sem que os trabalhadores sejam penalizados". – Apesar das manifestações anti-austeridade por toda a Europa, os líderes da UE vão assinar, nesta sexta-feira, aqui em Bruxelas, o novo do pacto orçamentário. Mas os sindicalistas acreditam que esse tratado pode conduzir a Europa à recessão – afirmou. Epicentro da manifestação, a Rue de la Loi mostrava, de um lado, o Conselho Europeu, onde os dirigentes europeus irão se reunir no encontro de cúpula, e, do outro, a sede da Comissão, que pede aos governos da zona euro o cumprimento das metas orçamentais - e onde Durão Barroso recebeu o primeiro-ministro grego, Lucas Papademos. O dirigente grego, apesar da crise social em seu país, reafirmou o compromisso com o acordo da troika. No meio, o cartaz de um manifestante dava o tom do protesto: "Indignai-vos!". Manifestações gigantescas
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Nesta quarta-feira, em Madri, a Puerta del Sol foi ocupada por mais de 50 mil pessoas, em uma manifestação sem precedentes nas últimas décadas. Segundo cálculos dos sindicatos espanhóis, um número não inferior a 90 mil pessoas paralisaram as principais ruas da capital. Professores, pais e alunos protestavam contra o corte nos recursos destinados à educação pública para a cobertura do rombo financeiro causado pela crise em Wall Street, nos EUA. Em Lisboa, os trabalhadores da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) tomaram as ruas até o Largo de São Bento, onde um ato convocou para a greve geral de 22 de Março. O protesto serve para mostrar que os trabalhadores “não aceitam esta política”, disse Arménio Carlos, líder da CGTP. – Porque num país que não aposta no setor produtivo e no emprego de qualidade “não há futuro” – sustentou.
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Em Paris, a mobilização ainda se encontra no início e a marcha dos sindicatos contabilizou apenas 15 mil pessoas, ou 8,7 mil, segundo divulgou a polícia local. No cartaz que abria a manifestação, lia-se: “Existem alternativas para o emprego e a justiça social”. Secretário-geral da União Nacional dos Sindicatos Autónomos, Luc Bérille, afirmou de uma tribuna: – Precisamos de uma Europa ao serviço dos cidadãos, não dos mercados. Em Atenas, os trabalhadores escolheram locais simbólicos, como a Praça Syntagma, em frente ao Parlamento (onde houve um concerto de solidariedade) e a sede da representação da Comissão Europeia. Líderes da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE) e da Confederação dos Funcionários Públicos Gregos (ADEDY) entregaram uma moção a denunciar as políticas “anti-sociais” que, afirmam, “a UE e o FMI impõem ao país”. O presidente do eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que relançou a questão numa entrevista ao jornal alemão Diew Welt, viu-se obrigado a esclarecer a sua posição – próxima do que a Alemanha já defendera e que mereceu logo contestação de outros parceiros da zona euro. Ouvido no Parlamento Europeu, Juncker argumentou que a escolha de um responsável pela “reconstrução” da Grécia projetaria “uma imagem positiva”, em um sinal claro de redução da soberania daquele país frente aos banqueiros europeus.
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