Os promotores que atuam no caso de Suzane von Richthofen, acusada de ter colaborado na morte dos pais, em 2002, vão usar a entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, divulgada neste domingo, como mais uma prova do sangue frio e da dissimulação da possível assassina. Ela fingiu que chorava ao dizer que tinha saudades dos pais e voltou a acusar o ex-namorado, Daniel Cravinhos, de tê-la manipulado para cometer o crime.
A entrevista ao Fantástico aconteceu em duas partes, no apartamento de Denivaldo Barni, com quem ela mora, no Morumbi (bairro de classe alta na Zona Oeste de São Paulo), e na casa de amigos de Suzane, em Itirapina (213 km a noroeste de São Paulo), onde o microfone da emissora captou as orientações do advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, e Barni. Ambos disseram a Suzane para chorar, interromper a entrevista e a dizer que não agüentava mais falar sobre o assunto. Foi o que aconteceu.
- Chora - disse Barni a Suzane.
Mas ela responde:
- Não vou conseguir.
A reportagem do programa contou que ela interrompeu a entrevista onze vezes para chorar, sem nenhuma lágrima.
- Ele (Daniel) me manipulava. Me dava muita, muita, muita droga. Dizia que se eu o amasse era para fazer isso ou aquilo - disse Suzane na casa de Barni.
No minuto seguinte, a reportagem exibiu as instruções do advogado Oliveira orientando Suzane a culpar Daniel Cravinhos.
- Diz que ele obrigava você a fazer.
Com as fotos dos pais e do irmão, Andreas von Richthofen, nas mãos, Suzane falou que sentia saudades deles.
- Eu queria voltar aos 15 anos, quando não conhecia ninguém daquela família - disse Suzane ao se referir aos Cravinhos.
O júri de Suzane e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos está marcado para 5 de junho.