Projeto de agroindústria para beneficiar pescado é apresentado em Porto Velho

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Publicado Quinta, 01 de Março de 2012 às 10:15, por: CdB

Tweet   Criar uma alternativa sustentável rentável para os pescadores e produtores rurais que trabalham com a aquicultura. Esse é o principal objetivo da vinda a Porto Velho, do engenheiro de pesca, Rigoberto Pontes, da Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS), do Estado do Amazonas. A convite da prefeitura da capital, o técnico amazonense, apresentou nesta quinta-feira, 1°, em uma reunião no Sebrae, o projeto da unidade demonstrativa da agroindústria modular para o processamento de pescado, alternativa que está sendo estudada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semagric) para ser implantada em Porto Velho.
   O novo secretário da Semagric, Geoval Batista, explicou que esse modelo, em execução no Amazonas há três anos, leva em conta não só os pescadores artesanais, mas também os que trabalham com criação de peixe. Preliminarmente, informou o secretário, há o projeto de implantação de três agroindústrias para o beneficiamento de pescado na região do Baixo Madeira (São Carlos, Calama e Nazaré).
   “Com o beneficiamento vamos poder agregar valor ao pescado vendido pelos ribeirinhos e pelos aquicultores dessa região do Madeira, Hoje, a pescada in natura é vendida a oito reais o quilo. Com o beneficiamento do produto, esse valor sobe para cerca de vinte reais, um aumento de cento e cinquenta por cento. Com isso, esses produtores terão um ganho maior em seus rendimentos”, disse o secretário.
   Outra vantagem do projeto, é que a agroindústria em montada em uma estrutura flutuante podendo de deslocar às diversas comunidades ribeirinhas para ser abastecida de pescado, ao invés de ficar fixada em apenas um local. O projeto também possibilita a redução no custo de montagem em torno de 50%, em relação às agroindústrias convencionais.
   Rigoberto Pontes explicou que o pouco investimento é porque a construção da agroindústria é feito por meio de um sistema modular em contêineres em aço inox, não havendo gastos com material de construção para uma estrutura em alvenaria. Além disso, a fábrica pode processar outros produtos também, e não apenas pescado.
   “A matriz econômica da localidade fora a comercialização de polpa de frutas, esse beneficiamento pode ser feito nessa agroindústria sem prejuízo para quem trabalha com a produção de peixe. Há também um ganho ambiental porque tudo é aproveitado não havendo descartes de produtos na natureza”, afirmou.
O superintendente federal de Pesca e Aquicultura, em Rondônia, Jenner Bezerra, afirmou que a iniciativa da Prefeitura de Porto Velho vai de encontro ao trabalho desenvolvido pelo ministério no Estado, anunciou para os próximos anos a implantação, em Porto Velho, de pelo menos dois grandes empreendimentos na área da piscicultura.“Em parceria com a prefeitura e o BNDES, estamos desenvolvendo os estudos para a instalação de dois grandes parques aquícolas nos lagos das usinas de Santo Antônio e Jirau. É um projeto voltado só aos pescadores, mas também aos atingidos pelas barragens das duas usinas, e também para os trabalhadores dispensados desses empreendimentos”, disse.
   O pólo pesqueiro de Porto Velho é uma alternativa econômica defendida pelo prefeito Roberto Sobrinho, e apresentado por ele à ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, quando de sua visita à capital rondoniense no ano passado.“Precisamos explorar essa vocação natural de Porto Velho para a área da pesca, a fim de se conseguir uma alternativa para enfrentar a desaceleração econômica que haverá com a conclusão das obras das duas usinas. E a aquicultura é uma alternativa viável econômica e ecologicamente correta, pois seu impacto no meio ambiente é mínimo ou quase nada”, disse.
   Com o projeto, a previsão é de que sejam criados em torno de sete mil empregos diretos e o projeto não foca apenas a produção de peixe em cativeiro nas grades flutuantes. Ele mexe com toda a cadeia produtiva do setor, com a implantação de fábrica de ração e toda a logística necessária para o escoamento e comercialização da produção.
 
Por Joel Elias
Fotos: Medeiros/ Divulgação

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