Programa de redução do preço de gás boliviano não sai do papel

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Publicado Sexta, 07 de Janeiro de 2005 às 16:24, por: CdB

Um ano depois de lançado, o programa de redução progressiva do preço do gás natural instituído pela Petrobras ainda não saiu do papel. Segundo as distribuidoras de gás boliviano, que seriam as principais beneficiadas pelo programa, os aditivos ao contrato de fornecimento que incluiriam as novas condições de preço nem sequer chegaram a ser assinados. Esta semana, a estatal anunciou às distribuidoras que vai aumentar em até 11% o preço do gás boliviano.

- Já estaríamos em condições de receber o benefício, caso o contrato tivesse sido assinado - informou Rubico Penteado, presidente da Compagás, empresa que abastece o Paraná. O programa foi anunciado em dezembro de 2003 e previa uma redução do preço para volumes adicionais pedidos pelas distribuidoras. Ou seja, quanto mais a empresa vendesse, menos iria pagar pelo combustível.

- Atingimos em agosto o nível de vendas necessário para obter o benefício, mas não houve redução - disse o executivo.

Os benefícios seriam dados às distribuidoras que consomem gás boliviano - Gas Brasiliano, Gas Natural SPS e Comgás, em São Paulo, mais as três companhias estaduais da região Sul. Penteado disse que as empresas do Sul chegaram a se reunir com a Petrobras em janeiro de 2004 pedindo mudanças no programa, não aceitas pela estatal. A Compagás, porém, decidiu aceitar as condições, mas mesmo assim não teve o contrato assinado. O programa foi lançado depois de um acordo com a espanhola Repsol, produtora de gás na Bolívia, segundo o qual esta também se comprometia a reduzir o preço do gás vendido ao Brasil.

O presidente da Compagás disse que não vai repassar ao consumidor final o reajuste anunciado pela estatal esta semana. O valor ainda não foi calculado e depende da divulgação dos números da inflação norte-americana de 2004.

- Nosso gás já está caro, não podemos aumentar ainda mais - afirmou Penteado. Ele diz que a empresa se beneficiou da desvalorização do dólar nos últimos meses e, por isso, pode segurar os preços.

- Mas isso depende do dólar ficar neste patamar até o final do ano - destacou.

Outro programa lançado pela Petrobras no ano passado, de incentivo ao consumo de gás nas frotas urbanas de ônibus, também não saiu do papel, segundo executivos do setor. Esse programa previa a venda do combustível por 55% do valor do óleo diesel.

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