Os principais presidentes de bancos centrais do mundo afirmaram neste sábado que a recuperação da economia global será lenta.
Reunidos na Suíça para o encontro anual do Banco para Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), eles prevêem “uma lenta e gradual aceleração no mundo a partir do ano que vem”, disse o presidente do Banco da Inglaterra, sir Edward George.
“A preocupação não é inflação, mas deflação”, afirmou Abdulla Alattiya, presidente do BC do Catar. “É sempre um desafio para os bancos centrais e para os formuladores de política.”
Outra autoridade presente ao encontro, que pediu para não ser identificada, afirmou que o tema deflação esteve fortemente presente nas discussões de sábado.
– O humor é caracterizado como otimismo cauteloso… do tipo escondido – afirmou a repórteres o presidente do Banco do Canadá, David Dodge, após a primeira sessão de discussão na Basiléia.
Entre os participantes do encontro estão o presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, o presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg, e seu possível substituto, o presidente do Banco da França, Jean-Claude Trichet.
O presidente do BC japonês, Toshihiko Fukui, estava particularmente otimista.
– Esperamos uma recuperação lenta mas contínua da economia japonesa no último semestre do ano, em sintonia com a economia global – disse ele.
As discussões devem estar centradas nos desafios da política monetária em um ambiente marcado por temores de deflação, além do impacto da desvalorização do dólar e a persistente fraqueza da produção.
O crescimento médio das principais economias mundiais deve ser de 1,7 por cento este ano, de acordo com as previsões da empresa Consensus Economics.
Os Estados Unidos, que geralmente são o motor da economia mundial, atravessam um momento de incerteza sobre recuperação, além dos temores quanto à deflação, os quais também atingem a Europa.