Presidenciável francês acredita na união latino-americana

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Publicado Segunda, 26 de Fevereiro de 2007 às 14:47, por: CdB

O país de Jacques Chirac está vivendo o clima frenético que antecede às eleições para a Presidência da República Francesa este ano. François Bayrou, um dos três principais candidatos ao cargo tem como uma de suas fortes características ser favorável à criação de uma união latino-americana. Para Bayrou, em entrevista coletiva, este seria um dos pilares da nova ordem internacional.
 
O candidato de centro-direita à presidência da França vem subindo, de pesquisa em pesquisa, ao detrimento tanto do candidato de direita declarada, Nicolas Sarkozy, quanto da candidata de esquerda, Ségolène Royal. O crescimento faz Bayrou, conhecido como o "terceiro homem", animar o seu eleitorado com a possibilidade de alcançar o segundo turno - algo que parecia impossível até pouco tempo.
 
Durante uma coletiva de imprensa sobre a "social economia", François Bayrou fez da dívida um combate social ao dizer que "são os franceses os mais fracos e os mais desprovidos", já que eles são as primeiras vítimas da dívida e do déficit. Em tempo de aquecimento global, ele falou também sobre a dívida de geração e sobre uma dívida ecológica.
 
Como um grande partidário da Europa, o candidato insistiu sobre a necessidade de um continente de menos "palavra" e mais ação e, também, sobre a necessidade de construir um governo econômico europeu. François Bayrou acredita que seja necessária "uma globalização" que respeite os princípios do direito, da igualdade e da reciprocidade. Para o candidato, a Europa deve "se fazer respeitar".

Ainda na coletiva, ele elogiou as vantagens da economia mutualista e cooperativista que, segundo ele, não é um modelo que pertença ao passado, mas, sim, ao futuro. François se diz favorável à economia solidária, às redes de microcrédito e ao comércio equitável.
 
Durante a coletiva, François respondeu a uma pergunta feita pelo Correio do Brasil sobre suas intenções com relação à América Latina caso ele seja eleito e declarou-se extremamente sensível ao tema.

- Tenho participado dos fóruns de Biarritz entre a América Latina e a Europa. Acredito que a América Latina deva ser um modelo de desenvolvimento novo -, disse.

O candidato também fala em uma união latino-americana.
 
- Defendo há muito tempo a idéia de que essa experiência que temos com a União Européia deverá, um dia, ser revezada pela criação de uma união latino-americana. Vocês têm mais sorte do que nós porque temos 20 línguas e vocês só têm dois idiomas. Ter somente duas línguas é um trunfo considerável em relação a um imenso continente, além de ter uma cultura comum com 500 milhões de habitantes -, explicou.
 
-  Vocês serão, com a Europa, um dos pilares do que será a nova ordem internacional, e um pilar com igualdade de direitos e de deveres com os Estados Unidos e não submetidos a eles. Há um pedido extremamente forte dos povos latino-americanos que se exprime de várias maneiras, até às vezes de maneira turbulenta. É um pedido que encontrará em mim um parceiro e um amigo. Sou um parceiro que põe muita esperança na América Latina -, afirma o candidato.

François garante que "sobre o tema da América Latina, nunca haverá desinteresse".

- Haverá sempre interesse, apoio e serei um parceiro adquirido -, finalizou.

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