Powell quer apoio da América Latina contra Cuba

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Publicado Segunda, 09 de Junho de 2003 às 22:02, por: CdB

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, fez um apelo nesta segunda-feira para que a América Latina apoie dissidentes presos em Cuba, apesar de o pedido já ter sido negado no mês passado pela Organização dos Estados Americanos (OESA). - Os cubanos olham cada vez mais para a OEA em busca de apoio na defesa de suas liberdades fundamentais contra as depredações da única ditadura de nosso hemisfério - disse Powell em um encontro anual de ministros das Relações Exteriores das Américas. - Meu governo está esperando trabalhar com parceiros na OEA para encontrar formas de apressar a inevitável transição democrática em Cuba. Ditadores não podem resistir à força da liberdade - acrescentou. Cuba, a recente condenação de 75 dissidentes a longas penas de prisão e a execução de três homens que seqüestraram um barco na tentativa de fugir para os EUA não estão formalmente na agenda de reuniões da OEA por causa das objeções dos países do Caribe e de alguns governos latino-americanos. Esses países acham que Havana deveria ter a oportunidade de se defender ou que a OEA deveria examinar também o embargo norte-americano contra a ilha. Cuba não participa das deliberações da OEA desde que a organização suspendeu sua participação no grupo em 1962, alguns anos depois de o presidente Fidel Castro assumir o poder. Em entrevista à imprensa em Santiago, Powell rejeitou o argumento de que não cabe à OEA criticar Cuba. - Se formos chamar a nós mesmos de comunidade de democracias, é nossa obrigação falar. Foi isso que fiz hoje e o que os EUA continuarão a fazer - disse ele. Powell salientou, no entanto, que Washington não tem planos de adotar medidas "preventivas ou antecipadas" em Cuba. Um alto representante da OEA disse que Castro julgou mal a reação da América Latina aos abusos cometidos por razões políticas, mas ainda há uma grande simpatia pelo líder cubano na região. Segundo ele, a negligência dos EUA em relação aos problemas financeiros da Argentina e do Brasil tornou os EUA impopulares na América do Sul. Além disso, os latino-americanos ficaram decepcionados com o governo Bush, que prometeu uma política latino-americana ativa, mas perdeu o interesse na região depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

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