Powell diz que Coréia do Norte não vai intimidar os EUA

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Publicado Sexta, 10 de Janeiro de 2003 às 19:56, por: CdB

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, condenou a decisão da Coréia do Norte de se retirar do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares. O anúncio de que a Coréia do Norte estava abandonando o acordo foi feito nesta sexta-feira em um raro pronunciamento do embaixador da Coréia do Norte na ONU, Pak Gil-Yon. "A Coréia do Norte está entrando em choque com a comunidade internacional. Isso é lamentável. Trata-se de um sinal triste de como eles têm consideração pelo seu povo", disse Powell. "A decisão torna mais difícil encontrar uma solução." Intimidação "Nós esperamos que os líderes norte-coreanos percebam a tolice de suas ações e que os Estados Unidos e a comunidade internacional não serão intimidados", continuou o secretário de Estado dos EUA. E completou: "O Tratado de Não-Proliferação é um importante acordo internacional, e não é possível ignorar esse tipo de desrespeito". Colin Powell fez as declarações em Washington, depois de um encontro com o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed El-Baradei. El-Baradei disse que a comunidade internacional deve dar agora a diplomatas algum tempo para que possam buscar uma saída para a crise. Caso contrário, ele acredita que o caso deve ser levado ao Conselho de Segurança da ONU, que poderia adotar sanções contra a Coréia do Norte. Em seu pronunciamento nesta sexta-feira, Pak Gil-Yon disse que qualquer tentativa do Conselho de Segurança da ONU de impor sanções ao país seria considerada um ato de guerra. Reunião Enquanto isso, prosseguem no Estado americano do Novo México as conversações entre o ex-embaixador dos Estados Unidos na ONU, Bill Richardson, e diplomatas norte-coreanos. As discussões, que foram iniciadas nesta quinta-feira à noite, foram requisitadas pelos diplomatas e são informais, embora tenham o apoio do governo americano. Bill Richardson, que atualmente é o governador do estado americano do Novo México, teria recebido instruções do secretário de Estado americano, Colin Powell, sobre as posições que deveria defender na reunião. Quando ocupava o cargo na ONU, Richardson esteve envolvido em várias negociações com a Coréia do Norte. Até agora, as autoridades americanas mantinham a posição de que não iriam dialogar com a Coréia do Norte a menos que Pyongyang abandonasse seu programa nuclear. Ásia Na Ásia, a reação à decisão da Coréia do Norte de abandonar o Tratado de Não-Proliferação Nuclear foi de grande preocupação. A Coréia do Sul fez um apelo ao país vizinho para voltar atrás, afirmando que a decisão significava "uma séria ameaça à paz", e convocou una reunião do Conselho de Segurança Nacional. O Japão taxou a decisão de "lamentável" e a China - que é o principal aliado da Coréia do Norte - prometeu trabalhar para uma solução pacífica para a atual crise. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, discutiu a situação por telefone com o presidente da China, Jiang Zemin. Segundo fontes ligadas à Casa Branca, os dois líderes concordaram que a decisão norte-coreana é preocupante para toda a comunidade internacional. Apesar de ter anunciado que não seria mais signatária do acordo que busca controlar a disseminação de tecnologia nuclear, a Coréia do Norte afirma que não tem intenções de produzir armas nucleares.

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