O surgimento de uma oferta alternativa pela Portugal Telecom (PT) é uma possibilidade, porque a oferta da Sonaecom é baixa e inadequada, disse o presidente-executivo da PT, Miguel Horta e Costa, em entrevista ao Diário Econômico. Horta e Costa disse que a brasileira Vivo "tem dado dimensão ao projeto empresarial da PT" e defendeu que a "rede fixa deveria transformar-se numa REN (Rede Elétrica Nacional) das telecomunicações".
- É uma possibilidade (aparecer uma oferta alternativa), até porque esta oferta da Sonaecom é inadequada no preço em que foi apresentada - afirmou Horta e Costa.
A Sonaecom anunciou, em 6 de fevereiro, o lançamento de uma oferta de compra da PT, oferecendo 9,5 euros por cada ação, mais o dividendo de 38 centavos, e cinco mil euros por cada obrigação convertível, o que avalia a companhia em cerca de 11,1 bilhões de euros. A Sonaecom anunciou também outra oferta pela PT Multimedia, 58% controlada pela PT, com uma proposta de 9,03 euros por ação, mais um dividendo de 27,5 centavos.
O presidente da PT disse que a oferta da Sonaecom nasceu num quadro de dificuldade sucessivas da Sonaecom, citando os resultados de 2005 e a perda da ação contra o grupo PT, em Bruxelas.
- Por isso, penso que o lançamento desta oferta foi uma atitude que procura, acima de tudo, criar uma ruptura na situação da Sonaecom - disse Horta e Costa.
O presidente executivo da PT defendeu a manutenção da presença do grupo no Brasil, através da Vivo, uma joint venture com a Telefónica para o mercado móvel brasileiro.
- Sem o Brasil, a PT seria uma empresa quase doméstica, confinada a um país com potencialidades de crescimento limitadas - disse Horta e Costa.