Há 860 anos, em outro 5 de outubro, Dom Alfonso Henriques fundou a nação portuguesa ao conseguir emancipá-la da coroa de Castela, mas seus descendentes lembram hoje a mais recente proclamação da República, ocorrida há 93 anos.
Reunidos em Zamora (Espanha), Alfonso Henriques, seu avô, Alfonso VI de Castela e um representante pontifício reconheceram em 5 de outubro de 1143 a nacionalidade portuguesa, proclamada por Henriques no que até então se chamava Condado de Portucalem. Mas o presidente Jorge Sampaio vai comandar hoje, na Prefeitura de Lisboa, as comemorações da proclamação da República pelo primeiro de seus predecessores, Teofilo Braga, que governou provisoriamente durante o período constituinte até a aprovação da Carta Magna e seu sucessor ser eleito.
O primeiro presidente eleito foi Manuel de Arriaga, que iniciou seu mandato em 24 de agosto de 1911, muito pouco depois da aprovação da atual bandeira portugesa, de cores verde, pela esperança, vermelho, pela conquista, e branca, pela fraternidade de seus cidadãos. No mesmo ano, "A Portuguesa" também passou a ser o hino nacional do país. A música foi composta por Henrique Lopes de Mendonça (letra) e Alfredo Keil (música) e termina com um chamamento aos cidadãos "às armas, sobre a terra e o mar" para lutar pela pátria.
Desde a proclamação da República Portuguesa houve várias tentativas de restauração monárquica, e ainda existe um partido que defende a causa, embora a pessoa que possui os direitos dinásticos, Duarte Pio, Duque de Bragança, mantenha distância sobre o assunto. Também não faltam pessoas que questionem seu direito, que ele garante ser baseado no denominado Pacto de Dover, no qual Manuel II, último Rei de Portugal, passou a sucessão a Duarte Nuno, pai do atual Duque de Bragança, pois não tinha descendentes.
O Estado republicano português concede ao Duque de Bragança considerações infreqüentes em outras nações, mas poucos questionam a boa saúde da República.