Segundo o diretor da polícia antiterrorista, Marco Miyashiro, o recente seqüestro de 71 trabalhadores da empresa argentina Techint no sudeste do Peru representou um “golpe publicitário para o Sendero Luminoso”.
O chefe policial acrescentou que a organização maoísta voltou a ocupar as primeiras páginas dos jornais, em nível internacional, com o seqüestro que terminou um dia depois, sem mortos e feridos.
– Ganharam bastante propaganda – reconheceu o general Miyashiro.
Um comando “senderista” tomou os reféns na segunda-feira passada em um acampamento da empresa de engenharia no departamento (estado) de Ayacucho e, no dia seguinte, os libertou após negociação com a firma. A Techint garante que foram prometidos 200.000 dólares aos seqüestradores e que, no final, não fizeram nenhum pagamento.
Miyashiro comentou que cerca de 200 militantes do “Sendero” estão concentrados no vale do rio Ene e no Alto Huallaga, mas que a zona foi minada e é muito difícil de alcançar por via aérea.
– É é uma vergonha nacional ter grupos terroristas que, no vale do Huallaga e no Ene, hasteiem a bandeira do Sendero Luminoso e prossigam com a guerra popular – disse Miyashiro.
O general da polícia admitiu que suas unidades não contam com os recursos econômicos necessários para erradicar os grupos rebeldes.
– É necessário treinar pessoal, ter os meios adequados e os recursos para realizar esta ação – acrescentou.