Polícia mineira desarticula grupo de extermínio

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Publicado Terça, 03 de Junho de 2003 às 07:40, por: CdB

Nove homens, com idade entre 18 e 34 anos, foram apresentados nesta segunda-feira pela Divisão de Crimes contra a Vida (DCcV), órgão da Polícia Civil, como integrantes do maior grupo de extermínio hoje em atuação em Minas. Os pistoleiros da gangue da Vila Nossa Senhora de Fátima, segundo a polícia, teriam cometido pelo menos 22 assassinatos na Favela do Cafezal, um complexo de vilas e favelas na zona sul de Belo Horizonte. Os crimes aconteceram de março de 1999 a setembro do ano passado. Veja os nomes dos criminosos e das vítimas na listagem abaixo. Diferentemente da época em que uma Ditadura Militar comandava o país, quando a sociedade assistiu imobilizada à atuação de grupos semelhantes, liderados por policiais que se intitulavam justiceiros, os exterminadores, conforme informou a polícia, desta vez são traficantes de drogas. As vítimas, que também estariam envolvidas com as drogas, em sua maioria eram usuárias ou companheiros de negócio que caíram em desgraça. Cruéis e ousados, os bandidos, no entanto, não pouparam inocentes que, por azar, se encontravam ao lado dos que estavam marcados para morrer. Pelo menos três das vítimas do bando, deduz o delegado Leandro Almada, titular da 4ª Delegacia de Homicídios, responsável pela operação, "estavam no lugar errado e na hora errada", quando foram brutalmente assassinadas. "Eles agiam de forma extremamente violenta. Cercavam o local, demonstrando total supremacia de força, e não davam a mínima chance de reação", descreve. Algo parecido como os "bondes do terror" praticados pela bandidagem dos morros carioca. Foi o que aconteceu, por exemplo, na execução de Sebastião de Oliveira Pereira, o justiceiro "Tiãozinho", e de Devanir Pereira de Souza, ocorrida em maio do ano passado, na Favela do Cafezal. Além deles, o servente de pedreiro Alvimar Lopes de Oliveira, que estava no fundo de um bar jogando baralho quando eles chegaram atirando, morreu. Outras três pessoas ficaram gravemente feridas.

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