A Polícia Federal prendeu 17 pessoas acusadas de pertencer a uma quadrilha de hackers que utilizou a Internet para roubar um total em torno de R$ 100 milhões (segundo um levantamento preliminar feito pelo órgão) nas cidades de Paraoapebas, Marabá, Belém (Pará) e Goiânia (Goiás). Segundo a assessoria da PF, a operação batizada como "Cash-Net" mobilizou mais de 70 agentes, entre integrantes da PF e policiais do Pará, Distrito Federal e outras regiões, comandados pela Coordenação-Geral de Polícia em Brasília, onde foram apreendidos também cinco veículos e uma espingarda, além de computadores e do software necessário para a invasão das contas bancárias de suas vítimas. De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Federal, o grupo utilizou a Internet para roubar senhas de clientes de bancos e realizar transferências para "contas-fantasma" e de "laranjas". Entre as instituições mais atingidas pelo golpe estão o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Segundo o delegado da Polícia Federal em Marabá, Rafael de Oliveira, a quadrilha que utilizou a Internet para roubar as contas de diversos clientes de bancos oficiais e privados vinha operando de forma clandestina há bastante tempo e em vários Estados. Como resultado da operação "Cash-Net", os policiais já prenderam Ataide Evangelista, que teria montado o sofisticado esquema de atuação da quadrilha. Dessa forma, toda a ação acontecia a partir do uso de um software que permite o rastreamento dos dados cadastrais dos clientes que utilizam a Internet para as suas transações financeiras nos bancos. Além de Ataíde Evangelista, a PF prendeu também Flávio Florência da Silva - que já tem passagem pela polícia por crimes desse gênero - no município paraense de Paraoapebas. O software apreendido permitia à quadrilha obter as senhas, números de contas e as agências bancárias dos clientes. A partir daí era fácil invadir as contas bancárias para retirar o dinheiro das vítimas, mas o que chamou a atenção da Polícia Federal foi a agilidade desse sistema, porque possibilitava que a quadrilha elaborasse listagens de clientes suscetíveis à invasão de sua privacidade online ou por intermédio da clonagem de cartões de crédito. O delegado Rafael Oliveira, no entanto, não confirmou a estimativa de que a quadrilha teria roubado uma soma em torno deR$ 100 milhões das contas de internautas e de caixas eletrônicos após o uso de cartões magnéticos clonados. Ele revelou que esse assunto ainda está sendo discutido com os bancos, apesar de acreditar que a quadrilha conseguiu obter uma grande soma de dinheiro de vários clientes de bancos já que vinham operando clandestinamente há cerca de dois anos.
Rio de Janeiro, Sexta, 19 de Abril de 2024
Polícia Federal captura hackers que roubaram R$ 100 milhões via Web
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Publicado Quarta, 07 de Novembro de 2001 às 23:19, por: CdB
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