Polícia encontra testemunhas importantes no Caso Daniel

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Publicado Segunda, 28 de Janeiro de 2002 às 21:38, por: CdB

A polícia encontrou nesta segunda-feira duas testemunhas importantes do seqüestro do prefeito Celso Daniel (PT), que poderão ajudar na identificação dos assassinos. Uma delas passeava com seu cachorro pela Rua Antônio Bezerra, na noite do seqüestro e escapou de ser assaltada pelos ocupantes do Santana preto, mas contou ter gravado o número da placa do carro. A outra testemunha, por sua vez, teria assistido ao cerco promovido pelos seqüestradores e ao ataque à Pajero onde estavam o prefeito e seu amigo Sérgio Gomes da Silva. Ela também teria visto o prefeito ser levado na Blazer e gravado a placa do Santana que dava cobertura. Com o aparecimento das testemunhas e as informações sobre o Santana, fica praticamente descartada a hipótese de o carro encontrado na casa do seqüestrador Cleysson Gomes de Souza, que alugou o helicóptero usado no resgate de dois assaltantes da Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos, estar ligado ao seqüestro e morte do prefeito. "Não se pode descartar nada. A polícia continua investigando tudo", afirmou o delegado Godofredo Bittencourt Filho, diretor do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic). As informações das testemunhas chegaram aos departamentos de Bittencourt e de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O dono do Santana também será ouvido. Ele disse, em conversa com os policiais, ter deixado o carro numa rua da zona sul e dado pela falta do veículo quando voltou para pegá-lo. Foi ao distrito policial e apresentou queixa. O furto teria ocorrido um dia antes do seqüestro de Celso Daniel. O delegado Armando Oliveira da Silva, responsável pelo inquérito do assassinato do prefeito, está juntando todas as informações e espera localizar outras testemunhas. Os policiais do DHPP acreditam que muitas pessoas viram o prefeito ser atacado e levado, mas têm medo de procurar a polícia por temer represálias dos assassinos. As duas pessoas que forneceram a placa do Santana terão seus nomes preservados. A revelação da mesma informação a dois departamentos distintos da Polícia Civil, segundo delegados, dá credibilidade à investigação. O Instituto de Criminalística (IC) concluiu no começo da noite desta segunda o laudo pericial de comparação dos cabelos encontrados no Santana, que estava na garagem da residência de Cleysson Gomes de Souza, e poderiam ser do prefeito Daniel. Os detalhes devem ser divulgados somente nesta terça. A probabilidade de não serem de Celso Daniel é grande. Souza foi indiciado em inquérito por ter participado do seqüestro do piloto Dato Oliveira e do resgate do seqüestrador Dionísio Aquino Severo e do assaltante Aílton Alves Feitosa, da penitenciária de Guarulhos. Ele foi convidado para o resgate pelo filho de Severo, que tem 17 anos e é acusado de estar envolvido em assaltos e seqüestros. A casa onde estava o Santana preto, com os fios de cabelos e um envelope do restaurante Rubayat, onde o prefeito e o amigo Sérgio Gomes da Silva jantaram, pode ter servido de cativeiro para outras vítimas. Nesta segunda à tarde, o delegado Romeu Tuma Júnior, seccional de Taboão da Serra, prendeu a mãe, a irmã e um tio de Souza. "Os três sabem muito das atividades de Cleyson no crime", afirmou Tuma. O tio do ladrão é suspeito de ser o zelador do cativeiro. "Na casa encontramos muita roupa, documentos queimados, de diversas pessoas, e não tenho dúvidas em afirmar que ali muitas pessoas devem ter ficado." A irmã de Souza contou que o plano de resgate de Severo e de Feitosa foi muito bem estudado. A mãe negou qualquer atividade criminosa do filho. "Mas ela também sabe, e vamos continuar investigando para provarmos que se trata de uma família de criminosos", salientou Tuma. Mãe, irmã e tio de Souza tiveram prisão temporária decretada por 30 dias. O filho de Severo esteve diversas vezes no presídio acertando o resgate. Na descida do helicóptero num campo de futebol do Embu, os fugititivos e dois cúmplices entraram numa van que, segundo o proprietário e o motorist

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