PMDB, dividido, segue caminhos opostos

Arquivado em:
Publicado Terça, 06 de Junho de 2006 às 09:39, por: CdB

Depois que a ala governista do PMDB rejeitou uma aliança nacional com o PT para a sucessão do presidente Lula, durante jantar nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, em que integrantes do partido recusaram a vaga de vice em uma eventual chapa do presidente à reeleição, ficou mais difícil manter a idéia de uma candidatura própria. O senador Pedro Simon, em pronunciamento nesta terça-feira, reconheceu o fato.

Segundo o líder do partido no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB), que participou do encontro, o partido precisaria ficar livre para fazer coligações e eleger o maior número possível de governadores e parlamentares. Ainda assim, parte da legenda pretende apoiar, em nível informal, a reeleição de Lula, caso ele venha a ser candidato.

- É o que nós estamos buscando: fazer uma frente, e que essa frente, essa frente pró-candidatura Lula, seria informal, teria o mesmo efeito e não amarraria o partido regionalmente - afirmou o senador a jornalistas, na saída do encontro com o presidente.

Líderes do PT e do PMDB pretendem diminuir as áreas de atrito entre as agremiações políticas que ocorrem em vários Estados brasileiros. Ficou marcada uma nova reunião para tratar especificamente deste assunto nesta quarta-feira, entre o presidente Lula e lideranças do PT e do PMDB.

O Rio de Janeiro é um desses Estados onde o PMDB é, na realidade, o principal adversário de Lula. Diante do naufrágio da candidatura do senador Pedro Simon (PMDB-RS) à Presidência, o ex-governador Anthony Garotinho passou a negociar, abertamente, com o PSDB, o seu apoio ao pré-candidato Geraldo Alckmin. Caso as negociações se concretizem, embora haja obstáculos de sobra para impedir a aliança entre as legendas em nível estadual, o ex-governador paulista poderá contar com até três palanques no Rio.

O apoio de Garotinho a Alckmin, no entanto, pesa mais em favor de uma crise do que de uma solução para os problemas do candidato tucano em território fluminense. Prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL) é claro ao afirmar que, em nenhuma hipótese pretende acompanhar Alckmin no mesmo palanque do ex-governador fluminense.

- Se pedirem minha opinião, digo que Garotinho tira votos no Rio, mas quem sabe é Alckmin. Queremos distância. Se ele estiver no Rio, estarei em Itaperuna (cidade distante 356 km do Rio) ou Buenos Aires. Temos visões diferentes em tudo. Nada nos aproxima - desancou o prefeito.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo