O sargento Manoel Isidório de Santana, um dos líderes da greve de 13 dias da Polícia Militar baiana, disse ontem que, com o pacote de medidas na área de segurança pública, o presidente Fernando Henrique Cardoso está querendo criar um clima de guerra civil no Brasil, pois os policiais não vão aceitar as tentativas de sufocar os movimentos da categoria. "O presidente quer chamar o Exército para implantar uma ditadura no País, e nós da Polícia Militar vamos ficar ao lado do povo para resistir a esse golpe", disse Santana, para quem o policial, após os últimos movimentos grevistas, está criando uma "nova identidade". "É uma polícia social, que não bate em estudante, em sindicalista, mais próxima do povo", disse. Segundo Santana, não é através de Medida Provisória que vai se resolver o problema da segurança publica no Brasil. "O caminho é a conversa, para superar essa crise moral e financeira que as polícias de todo o País estão atravessando, por causa dos baixos salários e precárias condições de trabalho", disse, assinalando que "o governo não é do senhor Fernando Henrique Cardoso, é do povo". Conforme Santana, até com os bandidos que fazem rebeliões em presídios as autoridades conversam, negociam. "Por que não agir da mesma maneira com os policiais?", indagou, ironizando: "Enquanto o governo se preocupa em acabar com sindicatos e restringir greves, o PCC está lançando candidato a deputado e, do jeito que a coisa vai, os policiais vão ter que discutir seus problemas com os bandidos". Santana prevê muitas greves nos próximos meses, se o governo federal não dialogar com os policiais.
Rio de Janeiro, Sexta, 29 de Março de 2024
PM acusa FHC de promover clima de guerra civil
Arquivado em:
Publicado Sexta, 10 de Agosto de 2001 às 13:36, por: CdB
Edição digital