PFL discute antigas alianças e mudança do nome do partido

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Publicado Terça, 06 de Fevereiro de 2007 às 10:38, por: CdB

Numa conjuntura de avanço das forças de esquerda e nacionalistas no Brasil e na América Latina, o PFL decidiu apostar nas suas propostas liberais na economia e na política. O objetivo é deixar de ser coadjuvante do PSDB, partido do qual foi aliado formal nos últimos 12 anos, tanto no governo como na oposição.

- Estamos fazendo nosso próprio caminho, pela liberdade de mercado e pelos direitos individuais. O espaço da esquerda já está bem ocupado pelo PT e PSDB - disse o deputado Alceni Guerra (PFL-PR), secretário-geral da Fundação Liberdade e Cidadania, matriz ideológica do PFL.

- É um investimento no futuro, no momento em que a América Latina é subjugada por governos populistas - acrescentou, citando apenas o México como exemplo de país da região afinado com as idéias do 'centro democrático.

O partido começa a 'nova fase' mudando de nome. Deve passar a se chamar Partido Democrata (PD). Nesta quinta-feira, a executiva da legenda discute o calendário das mudanças, que têm de ser aprovadas em convenção nacional. O distanciamento em relação aos tucanos deve se manifestar já nas eleições municipais de 2008. A proposta é estimular o lançamento de candidaturas próprias para todas as prefeituras sem priorizar as alianças com o PSDB. Será um ensaio para uma sonhada candidatura própria ao Palácio do Planalto, em 2010.

Para marcar o discurso liberal e antiestatizante do 'novo PFL', o deputado Paulo Bornhausen (SC) estreou na tribuna nesta segunda-feira lançando a frente nacional contra a CPMF, criada há 10 anos no primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

- O governo só vai praticar austeridade fiscal quando tomar um choque de receita. A verdadeira reforma fiscal é cortar despesas - disse Paulo Bornhausen.

Nascido com o nome de Frente Liberal, em 1984, como dissidência do antigo PDS, o PFL participou nos 18 anos seguintes dos governos José Sarney (PMDB), Fernando Collor (PRN), Itamar Franco (Sem partido) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2005, o PFL comemorou seus 20 anos com outro ensaio de refundação do partido, que não passou no teste das eleições do ano passado. Desde 1998, a legenda vem perdendo espaço na Câmara. Nas eleições de 2004, caiu de 1.200 para 800 prefeituras. Sua força reside hoje no Senado, com 17 cadeiras, 11 delas remanescentes da última eleição no governo tucano.

A convivência entre tucanos e liberais começou a desandar em 2002, quando José Serra impôs sua candidatura sobre o projeto do PFL de lançar Roseana Sarney, então no PFL, à Presidência da República. Lula venceu. Já na oposição, divergiram sobre a proposta de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No auge da crise do mensalão, em agosto de 2005, o PFL defendeu a idéia, mas os tucanos preferiram a estratégia de 'sangrar' o governo e o PT. Lula venceu de novo.

Nas eleições do ano passado, o PFL sofreu sua maior derrota. Perdeu a disputa em todos os governos do Nordeste, elegendo somente o governador do Distrito Federal, enquanto o PSDB conseguiu manter Minas Gerais e São Paulo. A crise conjugal ficou mais evidente na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB).

- Nosso candidato não teve coragem de defender as privatizações bem sucedidas do nosso próprio governo - argumentou Paulo Bornhausen.

Na recente disputa pelo comando da Câmara, o PFL acusou o PSDB de ter traído o compromisso com a oposição, por ter ajudado o PT a eleger Arlindo Chinaglia (PT-SP).

- A proximidade do PSDB com o PT nos deixou de cabelo em pé - afirmou Alceni Guerra.

Segundo o deputado e ex-ministro da Saúde, o único obstáculo para um rompimento definitivo com os tucanos é a boa relação entre o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), e o governador José Serra, de quem o pefelista herdou o cargo. O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), quer transferir o comando da sigla para os 'jovens do partido', filhos de caciques fundadores ainda no controle.

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