Pfizer nega que Viagra prejudique a fertilidade

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Publicado Sexta, 02 de Abril de 2004 às 16:34, por: CdB

O laboratório Pfizer negou na sexta-feira que o Viagra possa reduzir a fertilidade masculina, ao contrário do que diz um estudo divulgado nesta semana.

``Não há evidências de que o Viagra reduza a fertilidade em homens'', afirmou o assessor de imprensa da empresa, Daniel Watts, à Reuters. ``Houve muitos testes clínicos e também o uso por 23 milhões de homens em todo o mundo durante seis anos, e não há evidência de que o Viagra afete a fertilidade, então não apostamos muitas fichas naquele estudo'', afirmou.

Pesquisadores da Universidade Queen's, em Belfast, descobriram que os espermatozóides expostos ao Viagra se tornam mais ativos, mas que o medicamento também acelera um processo químico chamado reação de acrossômica, pelo qual o esperma libera uma enzima digestiva que o ajuda a se agarrar à parede do óvulo, permitindo a fecundação.

Se esse processo acontece antes de o espermatozóide atingir o óvulo, ele pode ficar incapaz de fecundá-lo, de acordo com os pesquisadores.

Sheena Lewis, diretor do Grupo de Pesquisa em Medicina Reprodutiva da Universidade Queen's, qualificou os resultados de preocupantes.

Além de seu propósito inicial de tratar a disfunção erétil, o Viagra também se tornou um medicamento para melhorar o desempenho sexual. Por isso, segundo Lewis, ``deve haver cautela ao usar drogas recreativas se você espera começar uma família''.

O estudo não analisou concorrentes mais recentes do Viagra -- o Levitra, dos laboratórios GlaxoSmithKline e Bayer, ou o Cialis, da Eli Lilly e Icos. Ambos, porém, são muito parecidos com o Viagra.

``É só um estudo e foi feito basicamente no tubo de ensaio, não em pessoas de verdade'', disse Watts, da Pfizer. ``O Viagra de fato vem ajudando homens a terem filhos, pois ajuda na fertilidade dos que têm graves disfunções eréteis.''

O Viagra vendeu o equivalente a 1,9 bilhão de dólares no ano passado.

Na tarde de sexta-feira, as ações da Pfizer subiam 1,3 por cento na Bolsa de Nova York, sendo cotadas a 36,03 dólares.

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