Paraguai Resite: Isolamento e rechaço de governos estrangeiros são de responsabilidade dos autores do golpe institucional

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Publicado Quarta, 27 de Junho de 2012 às 11:43, por: CdB

Integrantes de ‘Paraguai Resiste’, iniciativa fundada após a deposição do presidente paraguaio Fernando Lugo, estão preocupados com as falsas informações divulgadas pelos setores golpistas sobre o ex-presidente e seu Governo da Mudança. Em comunicado, a organização esclarece, entre outras coisas, que não é objetivo de Lugo advogar para que o Paraguai seja isolado pelos países da América Latina.

"O presidente Fernando Lugo e seu Governo da Mudança não promovem nem promoverão nenhuma medida de castigo econômico contra nosso país. Somos conscientes de que as medidas de bloqueio ou isolamento terminam sendo prejudiciais para todos os paraguaios e paraguaias”, assinala o documento fazendo referência à suspensão do Paraguai do Mercado Comum do Sul (Mercosul), do qual o país era presidente temporário.

‘Paraguai Resiste’ aponta que os únicos responsáveis por qualquer medida adotada pelos organismos internacionais e governos estrangeiros são, exclusivamente, os setores que promoveram a quebra institucional no país com o impeachment de um presidente eleito pelo povo de forma democrática e que ainda tinha quase um ano de gestão pela frente.

O atual presidente, Federico Franco, em primeiro lugar, e em seguida os líderes dos setores políticos apoiadores do golpe, são apontados como os verdadeiros culpados por todas as consequências econômicas que possam recair sobre o Paraguai após o que chamam de "absurda aventura golpista”.

Os integrantes da organização ‘Paraguai Resiste’ estão se articulando de forma concreta. Uma equipe jurídica está trabalhando para oferecer à Organização dos Estados Americanos (OEA) todos os argumentos e provas necessárias para mostrar que o julgamento político de Fernando Lugo não cumpriu o devido processo. A expectativa é que assim como o Mercosul e a União das Nações Su-Americanas (Unasul), a OEA compreenda a situação política ilegal que o Paraguai enfrenta hoje.

Desde a consumação do "golpe de estado expresso” a população paraguaia se mobiliza pacificamente em vários departamentos do país. ‘Paraguai Resiste’ pede que os atos possam continuar em praças, nas ruas e onde seja possível denunciar.

Para mais informações sobre ações de resistência e as manifestações pacíficas em favor do retorno de Lugo à presidência, acesse: http://paraguayresiste.com/

Entenda

Na última quinta-feira (21), o então presidente paraguaio Fernando Lugo foi a público para dizer que estava enfrentando um "golpe de Estado expresso” em seu país e que ele havia sido o alvo de um julgamento político injusto. Nem bem o dia seguinte amanheceu e a denúncia se confirmou.

Algumas das justificativas para sua destituição seriam as mortes de 17 pessoas, entre indígenas e policiais na fazenda de Curuguaty durante confronto armado com a polícia no dia 15, um ato político de seus aliados esquerdistas em instalação militar em 2009, a insegurança no Paraguai e o apoio à aprovação do Protocolo de Ushuaia, que reafirma o compromisso democrático entre os membros do Mercosul.

Foi dado a Lugo menos de 24 horas para se defender das denúncias, tempo que obviamente não foi suficiente. Com a votação no Senado e o resultado de 39 votos a quatro, o desfecho foi a destituição do presidente.

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