Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da Unasul, diz fonte

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Publicado Domingo, 24 de Junho de 2012 às 11:27, por: CdB

Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da Unasul, diz fonte

SÃO PAULO, 24 Jun (Reuters) - O Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, disse uma fonte de alto escalão do governo brasileiro à Reuters neste domingo.

Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo brasileiro têm mantido contato com autoridades de outros países da região e acredita-se que existe um consenso para a suspensão do Paraguai na semana que vem, para quando está marcada uma reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.

"O ponto é transformar este novo governo (paraguaio) em um pária", disse a fonte à Reuters.

Na sexta-feira o Senado do Paraguai decidiu por ampla maioria aprovar o impeachment de Lugo, sob acusação de não ter cumprido suas funções adequadamente no episódio em que 17 sem-terras foram mortos num confronto com a polícia.

No mesmo dia o então vice-presidente, Federico Franco, jurou como novo chefe de Estado. Em nota divulgada na noite de sábado, o Itamaraty condenou o que chamou de "ruptura da ordem democrática" no país vizinho e avaliou que Lugo não teve garantido amplo direito de defesa, já que o processo de julgamento político havia sido aberto na quinta-feira.

Segundo a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção, chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.

A fonte disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos multilaterais.

Essa estratégia, segundo essa autoridade, tem o objetivo de abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de fatos como o ocorrido no Paraguai.

Especificamente, a meta é garantir que nada parecido aconteça em outros paises, como Bolívia e o Peru.

"Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as consequências negativas de uma medida agressiva como essa", completou a fonte.

(Reportagem de Brian Winter)

Reuters

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