Papa inicia centésima viagem

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Publicado Quarta, 04 de Junho de 2003 às 20:54, por: CdB

O Papa, João Paulo II, inicia nesta quinta-feira sua centésima viagem internacional, com uma nova visita à Croácia, país balcânico cujos "sofrimentos dos católicos croatas na época da perseguição religiosa". Falando diante de 20.000 fiéis reunidos na praça São Pedro, o Pontífice disse que o objetivo de sua terceira viagem à Croácia é "confirmar a fé dos católicos, que na época da perseguição religiosa permaneceram fiéis a Cristo, e que não têm medo de enfrentar os desafios do momento para continuar anunciando-o com coragem". - Nesta quinta-feira, preparo-me para cumprir com uma grande esperança minha terceira viagem à Croácia, terra marcada pelo testemunho de intrépidos discípulos do Evangelho - afirmou o Papa. O momento mais emocionante da visita, que se prolongará até 9 de junho e durante a qual se prevê que um total de 500 mil pessoas assistam às cerimônias, será a beatificação da religiosa Maria Petkovic, dia 6 de junho no porto de Dubrovnik. Especialistas em assuntos do Vaticano indicaram em Roma que as perspectivas desta terceira visita do Papa à Croácia, ao que parece, são duas: por um lado, o papel do país na Europa e, por outro, a proposta da centralidade da família, lema da viagem. A beatificação, na sexta-feira, da freira Maria Petkovic permitirá destacar um modelo de pessoa aberta à solidariedade e ao caminho ecumênico. João Paulo II convidou os fiéis a acompanhá-lo em oração nesta nova visita pastoral ao país que integrou a ex-República Iugoslávia e onde já esteve em duas ocasiões em 1991, ano da independência local. O Pontífice confiou esta centésima viagem apostólica de seu pontificado à Virgem, muito venerada na Croácia. "Que ela guie meus passos e possa obter para o público croata uma renovada primavera de fé e de progresso civil", disse. Na véspera da partida para um giro que se anuncia intenso pela quantidade de compromissos e pelas distâncias a serem percorridas - sempre de avião - o Papa, de 83 anos, se encontrava um pouco cansado esta manhã. Com sua nova viagem à Croácia, João Paulo II confirma a importância que atribui a essa terra, fronteira da região balcânica de maioria católica, que já visitou em 1994 e 1998, que considera muito próxima da Polônia por sua extensa tradição católica e porque sofreu a opressão do comunismo. O Pontífice, definido como "protetor da Croácia" pelo então presidente Franjo Tudjman, regressa à república da ex-Iugoslávia, cercada ao leste e ao sul por uma Europa ortodoxa e islâmica. Entre 5 e 9 de junho o Papa visitará cinco grandes cidades, percorrendo milhares de quilômetros de avião para retornar todas as noites a Rijeka, na costa adriática, onde ficará alojado. Analisando todas as visitas à Croácia, especialistas no Vaticano assinalam que a primeira, em 1994, serviu para apoiar um povo que estava combatendo em uma guerra para sua sobrevivência; na segunda vez, quis consolidar a vitória da Croácia tanto na fé como na evolução democrática. A terceira poderia ser marcada pelas expectativas que o Papa tem em um país com forte conotação católica que se prepara para fazer parte da União Européia. O Vaticano, por outro lado, sempre teve uma atenção particular por essas populações: com três visitas, a Croácia ocupa o segundo lugar das viagens papais aos países da Europa centro-oriental, atrás da Polônia. Em 1991, quando a dissolução da Iugoslávia parecia inevitável, a Santa Sé tentou convencer os países da Conferência para a Cooperação e a Segurança na Europa (CSCE) a proceder a um reconhecimento "concordado" da Croácia e Eslovênia. Após o fracasso da tentativa multilateral, em 13 de janeiro de 1992, o Vaticano a reconheceu unilateralmente. Esse gesto provocou um endurecimento das relações com os ortodoxos, apesar da tentativa de João Paulo II, desde o começo da crise iugoslava, de não dar um caráter religioso às tendências separatistas, tuteladas, como se dizia, somente em respeito às aspirações nacionais. Por

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