Papa é internado às pressas em Roma

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Publicado Quarta, 02 de Fevereiro de 2005 às 04:50, por: CdB

O papa João Paulo II, que foi hospitalizado em caráter de urgência na noite de terça-feira, descansou e passa bem. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls, que também afirmou que não há "motivos para alarme" no que se refere à saúde do sumo pontífice.

Segundo a agência de notícias italiana Ansa, que cita fontes do Vaticano, afirma que João Paulo II descansou "muito bem".

Durante a noite desta terça-feira, o papa foi internado no hospital Gemelli, em Roma, apresentando problemas respiratórios causados pela complicação de uma gripe. Ele chegou ao hospital às 22h50 [19h50 de Brasília], e foi colocado em um quarto especial no 10º andar do hospital, onde está a suíte papal.

- A gripe que vem afetando o Santo Padre por três dias se complicou com a inflamação aguda da laringe e laringoespasmo - afirmou o porta-voz Joaquin Navarro-Falls no comunicado.

Laringoespasmo é um fechamento da laringe que bloqueia a passagem do ar para os pulmões, impedindo a respiração.

O papa João Paulo 2º vai permanecer no hospital "por mais alguns dias", e os médicos decidirão quando ele deve voltar para casa, disse na quarta-feira o porta-voz do Vaticano, Joaquin Navarro-Valls.

A hospitalização repentina de João Paulo 2o. é mais um lembrete de que o mais longo papado da história pode estar chegando ao fim.

Apesar de o Vaticano dizer que a situação está sob controle e que o pontífice não foi colocado em uma unidade de tratamento intensivo, o pensamento que passou pela cabeça de muitas pessoas foi: "Quem será o próximo papa?"

João Paulo 2o., agora no 27o. ano à frente da Igreja Católica, já possui o terceiro mais longo papado da história. Ele foi eleito em 1978, transformando-se no primeiro líder católico não-italiano em 455 anos e fez história tantas vezes que a frase tornou-se redundante.

O candidato azarão escolhido quase três décadas atrás deixou sua marca no mundo. João Paulo 2º bateu mais recordes que todos os seus antecessores, viajando, esquiando, escrevendo e pregando.

Ainda assim, talvez, ele tenha provocado mais divisões entre os católicos do que qualquer um dos outros pontífices. Católicos liberais criticaram o fato de o papa ter descartado a ordenação de mulheres como padres, o uso de métodos contraceptivos e o casamento entre homossexuais. Essa ala deixou claro que deseja uma Igreja mais democrática no futuro.

Os conservadores o celebraram como um mensageiro divino que pegou uma Igreja assolada pelos ventos do liberalismo e a recolocou em um caminho teologicamente estreito.

Um homem com grande capacidade intelectual e uma oratória quase mística ao pregar, Karol Wojtyla foi um dos poucos papas em séculos a ter saído da pobreza e não de uma classe privilegiada.

FIGURA DE GRANDES DIMENSÕES

Alguém será capaz de ser o sucessor de uma figura com tais dimensões sem parecer uma mera sombra de Karol Wojtyla? Esse é o dilema com que os cardeais se depararão depois da morte do atual papa, ao enfrentarem a tarefa de escolher-lhe um sucessor.

O papa nomeou quase todos os cerca de 120 cardeais atualmente com menos de 80 anos e que podem participar do secreto conclave encarregado de escolher o líder da Igreja Católica. O fato aumenta as chances de que o próximo papa terá o mesmo perfil de João Paulo 2º.

 A principal pergunta é se o próximo líder dos católicos também deveria ser alguém de fora da Itália ou mesmo se ele deveria vir de fora da Europa.

Várias autoridades religiosas acreditam que um país em desenvolvimento deveria fornecer o próximo líder da Igreja porque é ali que a religião está mais viva e em expansão. Certamente pesará o fato de que quase 65 por cento dos católicos do mundo vivem atualmente na África, na Ásia e especialmente na América Latina.

Todas as vezes em que a saúde de João Paulo 2º piorou, nos últimos anos, especialistas tentaram prever

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