Palocci diz que país não tem necessidade de renovar acordo com FMI

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reafirmou hoje que o governo vai decidir apenas em março se renova o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas deu sinais de que a renovação pode não ocorrer. "Nosso objetivo é não sacar os recursos. Não temos necessidade de renovação do acordo", disse Palocci, após participar de reunião sobre a nova Lei de Falências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e parlamentares.

De acordo com o ministro, não há preparação para um novo acordo, nem decisão tomada no governo. Segundo ele, quando o Brasil firmou o acordo com o Fundo, em setembro de 2004, previa um cenário para a economia do país que superou as expectativas, o que gera a "tendência" de não se renovar o acordo. Entre os bons resultados alcançados, o ministro destacou a queda da dívida do país, o que não acontecia há 10 anos.

Palocci lembrou que o governo continua a defender a criação de mecanismos preventivos no FMI. Para ele, essa luta não prevê que os instrumentos sejam implantados agora, mas contratos futuros. "Se vencermos o debate, esse instrumento poderá surgir daqui alguns anos", disse o ministro.

- A maior contribuição que o Fundo Monetário pode dar aos países em desenvolvimento é acreditar nas boas políticas dos países e apoiá-las no sentido de dar-lhes garantias contra eventuais choques externos - destacou Palocci.