Disparando para o alto, palestinos armados bloquearam na quarta-feira por um breve período de tempo o posto de fronteira de Rafah, com o Egito, e invadiram prédios do governo na cidade, aumentando o nível de tensão às vésperas das eleições parlamentares deste mês. Os homens armados, membros das Brigadas de Mártires de al-Aqsa (um grupo renegado da facção Fatah), deram início à ação depois de a polícia ter prendido um líder local acusado de envolvimento no sequestro de três britânicos na semana passada. Os britânicos foram libertados três dias depois de terem sido capturados.
Mascarados, membros do grupo mandaram que passageiros saíssem do terminal de Rafah, monitorado pela União Européia (UE), e fecharam o local por mais de uma hora. Eles também assumiram o controle sobre vários prédios do governo na cidade e expulsaram os funcionários dali. Os homens armados disseram que permitiram a reabertura do terminal depois de as forças de segurança terem contado a eles onde estava detido seu líder.
O clima de caos espalhou-se pela Faixa de Gaza, território visto como um teste para as pretensões palestinas de fundar um Estado independente, desde que, em setembro, Israel saiu da área após 38 anos de ocupação. A retirada israelense fez aumentar o embate entre os militantes e as forças de segurança. Os membros das Brigadas de Mártires de al-Aqsa, que antes haviam plantado bombas no terminal de fronteira, disseram que impediriam as votações em Rafah, no dia 25 de janeiro, se as forças de segurança não libertarem seu líder.
O incidente representa mais um golpe contra o presidente palestino, Mahmoud Abbas, sob crescente pressão da Fatah para adiar as eleições nas quais, segundo previsões, a facção deve perder terreno para o grupo militante Hamas. O Hamas, que defende a destruição do Estado judaico, goza de popularidade entre os palestinos devido a sua reputação de não ser corrupto e devido a sua grande rede de assistência social.