Países vizinhos apóiam processo político no Iraque

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Publicado Quinta, 06 de Janeiro de 2005 às 15:19, por: CdB

Os vizinhos do Iraque manifestaram nesta quinta-feira um claro apoio ao processo político nesse país e incentivaram todas as etnias a participar das eleições gerais, que o governo interino iraquiano confirmou para o dia 30 de janeiro.

A convocação foi feita durante a reunião em Amã com os ministros de Exteriores da Turquia, Síria, Jordânia, Arábia Saudita e Kuwait, além de uma delegação iraniana, os chefes das diplomacias do Iraque, Egito e Bahrein, e o enviado especial da ONU para assuntos iraquianos, Ashraf ++Qadi++.

- Não posso deixar de enfatizar a importância desta oportunidade de ouro para o povo iraquiano, que permitirá a fundação de um Estado baseado na lei e no controle de seus assuntos internos - disse o ministro de Exteriores jordaniano, Hani Mulki, durante a abertura da conferência.

Mulki pediu a todas as facções iraquianas que participem das eleições "para que possam contribuir na construção de seu futuro, porque o fracasso (da votação) deixará a porta aberta para que outros intervenham".

O principal grupo político sunita, que representa o grosso de uma comunidade de cerca de 20% da população do Iraque, pediu o boicote do pleito, depois de considerar que a violência que sacode o país impedirá a realização das eleições em todo o território iraquiano.

As províncias sunitas do Iraque, como a conflituosa Al Anbar, no oeste do país, assim como a capital e outras áreas do sul são palco de ataques diários de insurgentes contra tropas iraquianas e americanas.

O ministro jordaniano advertiu contra a "politização da religião" nas eleições iraquianas, em alusão às vozes que preveniram contra uma possível aliança dos xiitas, liderados pelo Irã, caso esta comunidade alcance o poder no novo Iraque.

A Jordânia acusou o regime dos aiatolás de interferir nos assuntos internos iraquianos, de incentivar a entrada de mais de um milhão de iranianos no Iraque e de tentar criar uma área de influência xiita no Oriente Médio.

O tema espinhoso do documento final parece ser a inclusão de um ponto exigindo aos Estados vizinhos ao Iraque que não intervenham nos assuntos nacionais do país vizinho.

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