Países latino-americanos resistem à proposta de FHC

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Publicado Sábado, 15 de Novembro de 2003 às 13:45, por: CdB

A proposta de criação de uma secretaria-geral da Cúpula Ibero-Americana, apresentada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, encontrou resistência entre vários dos representantes da organização, durante a discussão do documento. O Brasil não se posicionou contrariamente, mas entende que o tema deve ser objeto de uma avaliação mais profunda. O ex-presidente, que assina o documento intitulado "Informe Cardoso", não considerou as críticas relevantes, alegando que esta é uma decisão a ser tomada somente no próximo encontro, a ser realizado na Costa Rica.

"Não sei se há resistência. Os presidentes com os quais eu falei não demonstraram isso e, além do mais, apresento propostas no limite do que me pediram, que é a reestruturação da Cúpula", explicou Fernando Henrique. Ele informou ainda que os presidentes lhes pediram que se fizesse um formato de encontro "que permitisse um maior contato entre os mandatários, para que eles pudessem ser capazes de aproveitar a oportunidade para mandar recados políticos". Fernando Henrique lembrou ainda que o secretário-geral não vai falar em nome dos presidentes ou do país. "Ele é um funcionário internacional, sem nenhum poder político", justificou.

O assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia, assegurou que o governo brasileiro não é contra a idéia de criação da secretaria geral da Cúpula Ibero-Americana, mas que entende que o assunto deve ser mesmo mais discutido. Segundo ele, muitos países foram contra a proposta alegando que este grupo não tem uma identidade para se organizar desta maneira.

A outra proposta de Fernando Henrique que foi objeto de polêmica foi a de criar uma agência de avaliação de risco que colocaria à disposição do mercado dados atualizados sobre as economias nacionais, contribuindo para reduzir o grau de exposição dos países da região, às análises por diversas vezes infundadas das agências existentes. Fernando Henrique explicou que a agência tem de ser privada e que tudo que coloca no seu documento são apenas sugestões. Ele foi escolhido, durante a Cúpula do ano passado, na República Dominicana, para coordenar trabalho sobre o futuro da Conferência.

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