Há duas semanas, as policiais femininas do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur) são presença marcante, das 9h ao pôr do sol, nos quatro quilômetros de orla entre Leme e Copacabana.
Elas chamam a atenção pela presença, pela beleza e pelo meio de transporte: a bicicleta.
– Estou vendo agora e estou achando ótimo. As mulheres têm capacidade para fazer tudo que os homens fazem, até mais – declarou, confiante, o administrador de empresas Amaro Carpenter, 34 anos.
De bermudas, camisetas e capacetes, elas não deixam barato. Na cintura carregam um cinto com revólver, algemas, spray de pimenta, radiotransmissor e cassetete.
Pedalam prontas para, a qualquer momento, surpreenderem infratores que queiram perturbar o lazer e a paz dos banhistas.
– As policiais estão desempenhando ações de caráter repressivo. Quando desconfiam de alguém, o abordam verificando se a pessoa está portando alguma arma ou algum produto que leve à prática de crime. A intenção é aumentar o número dessas policiais e estender até o Leblon – explicou o comandante do BPTur, tenente-coronel Rogério Lira.
As policias fazem parte da Operação Verão da Polícia Militar em toda a orla do Rio e vêm somar aos quadriciclos e bugres que já atuam na areia, além das viaturas localizadas em pontos estratégicos, policiais a pé, barracas na areia, camêras e motocicletas.
– O policiamento na praia melhorou muito. Antes, não podíamos deixar a bicicleta nem presa no bicicletário que quando voltávamos não tinha mais nada. Hoje, pude deixar a bicicleta na areia e dar um mergulho com tranqüilidade – informou, feliz, Marcelo Otávio Roxo, 32 anos.
Os hotéis da orla de Copacabana e comerciantes da área também apoiaram a idéia, doando os capacetes, além de fornecerem informações sobre assaltos, o que foi muito importante para o planejamento das ações, pois ajudou as policiais ciclistas a darem especial atenção nos trechos onde acontece um maior número de ocorrências.
– O que importa é a atitude. Não faz diferença se são mulheres. A presença dessas policiais inibe, com certeza, o número de roubos na praia – disse, convicto, Lourival Jesus Barros, vendedor de um quiosque no Leme.
As policiais vêm recebendo também o apoio da população.
– O nosso trabalho é essencialmente de prevenção. Evitamos com a nossa presença que os furtos aconteçam. As pessoas nos param nas ruas para nos parabenizar pelo trabalho. Um grande número de senhoras vem nos cumprimentar – contou a policial Gláucia Cozendey Barreto, de 24 anos.