Oposição diz que Chávez está "encurralado"

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Publicado Domingo, 22 de Dezembro de 2002 às 21:23, por: CdB

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, garantiu neste domingo que a companhia petrolífera estatal PDVSA está "voltando à vida" depois de uma longa paralisação, que causou um desabastecimento de combustíveis e alimentos sem precedentes no país, nos últimos 21 dias. Mas a oposição, que convocou a greve geral na tentativa de levar o presidente à renúncia ou a antecipar eleições, disse que a empresa - o coração econômico do quinto maior exportador mundial de petróleo - continua parada. Os líderes do movimento prometeram, a três dias do Natal, manter os protestos, dizendo que sua posição será benéfica para o futuro do país. Carlos Ortega, o líder da maior central sindical venezuelana, disse que Chávez estaria "nervoso e encurralado" e, por essa razão, apelaria apelaria para medidas desesperadas a fim de acabar com o movimento da oposição. "As constantes violações dos direitos humanos dos venezuelanos, as detenções, o seqüestro de bens e de pessoas, as abordagens de navios, a repressão a dirigentes sindicais e outras barbaridades... confirmam a tese do susto, do nervosismo e do encurralamento", declarou Ortega, em entrevista coletiva. A oposição, agrupada na Coordenação Democrática, busca, através da greve e de uma campanha de protestos nas ruas, pressionar Chávez. No sábado, o Governo iniciou a intervenção em alguns navios petroleiros, fundeados em Maracaibo, 500 quilômetros a oeste de Caracas, depois que seus tripulantes aderiram ao movimento da oposição, praticamente paralisando a exportação de petróleo. Anteriormente, a tripulação do Pilin Leon, um petroleiro com 44 milhões de litros de gasolina, foi desalojada e detida, juntamente com seu capitão, por suposto desacato. Na quinta-feira passada, o Supremo Tribunal de Justiça havia ordenado o fim da greve dos petroleiros e sua volta ao trabalho. Ortega disse que tinha informações de que a tripulação do Pilin Leon foi substituída por marinheiros cubanos para levar o navio a porto e descarregar o combustível, em meio à escassez que já atinge níveis críticos no país. "Alertamos o povo da Venezuela, de uma vez por todas, o que denunciamos responsavelmente... da intervenção direta do Governo cubano nos assuntos internos da Venezuela, e que nós não vamos permitir", disse Ortega. No entanto, uma fonte da embaixada cubana em Caracas, citada pela agência de notícias Associated Press, rejeitou a acusação do dirigente sindical. "Mentiram ao afirmar que uma tripulação cubana estaria operando o navio Pilin Leon", disse a fonte, que pediu anonimato. "Acrescentaram, também, que há penetração cubana nas unidades militares venezuelanas, nos anéis de segurança do presidente, nós órgãos de informação da Venezuela. Nós desmentimos isso categoricamente".

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