Oposição a Chávez elogia criação do 'Grupo de Amigos'

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Publicado Quinta, 16 de Janeiro de 2003 às 22:21, por: CdB

Líderes da oposição que exigem a renúncia do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, elogiaram nesta quinta-feira a formação do "Grupo de Amigos da Venezuela", criado com o objetivo de encerrar a greve geral de 46 dias, que praticamente paralisou a exportação de petróleo do país. Estados Unidos, Espanha, Chile, Portugal, México e Brasil concordaram em formar o grupo na quarta-feira, no Equador, a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A formação do Grupo de Amigos é um grande sucesso", disse à agência de notícias AFP o líder dos partidos da oposição, Jesus Torrealba. "O Grupo de Amigos vai ajudar o trabalho da Organização dos Estados Americanos (OEA)", disse o secretário-geral da OEA, César Gaviria, que vem tentando mediar a crise entre governo e oposição. Equilíbrio "Nós achamos que o Grupo de Amigos é uma excelente idéia, desde que apóie Gaviria", disse à agência de notícias Reuters Americo Martin, negociador da Coordenação Democrática, grupo que reúne partidos da oposição. Mas a oposição questionou se o grupo vai conseguir convencer Chávez a aceitar a exigência de eleições antecipadas. "Até agora, o governo não se mostrou disposto a encontrar uma solução eleitoral para a crise", disse outro negociador, Rafael Alfonzo. O vice-presidente da Venezuela, Jose Vicente Rangel, disse que a iniciativa "é excelente". "Qualquer coisa que contribua para o entendimento e diálogo entre venezuelanos é altamente positivo", disse ele. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, planeja indicar um representante para acompanhar o progresso do Grupo de Amigos da Venezuela, disse Gavíria. Os seis integrantes do grupo concordaram em enviar seus ministros do Exterior para participar das reuniões mas, até agora, não foi marcado nenhum encontro. Referendo O presidente da Venezuela, Hugo Chávez voltou a descartar nesta quinta-feira a realização de um referendo para definir se ele deve permanecer na presidência antes da metade de seu mandato, em agosto. Durante uma entrevista em Nova York, depois de se reunir com Annan, Chávez disse que um referendo antes desta data seria inconstitucional e representaria um golpe de Estado. Mas o presidente venezuelano prometeu realizar o pleito em agosto, quando completar a metade de seu mandato, e cumprir a decisão dos eleitores. "Se houver um referendo em agosto, e se eu perder, deixo o cargo. Não tenho a menor intenção de permanecer na presidência se o povo não me quiser", disse ele. Annan disse ter se reunido com Chávez para tentar intensificar os esforços de mediação e acalmar a situação na Venezuela. Líderes da oposição e representantes da Câmara de Comércio da Venezuela também viajaram a Nova York para pedir apoio contra o presidente, a quem eles acusam de má administração e autoritarismo. Dezenas de pessoas se reuniram em frente à sede da ONU em protesto contra o presidente. Na quarta-feira, no entanto, Chávez recebeu o apoio de populares em Quito, no Equador, onde acompanhou a posse do presidente Lucio Gutiérrez.

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