ONU realiza primeira sessão em memória do Holocausto

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Publicado Segunda, 24 de Janeiro de 2005 às 08:28, por: CdB

A Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) marcou nesta segunda-feira sua primeira cerimônia em memória da libertação dos campos de concentração nazistas. Para o secretário-geral, Kofi Annan, o evento serviu como lembrança de que a ameaça de assassinatos em massa ainda paira sobre o mundo.

A sessão especial teve a participação dos ministros das Relações Exteriores de Israel, Alemanha, França, Argentina, Armênia, Canadá e Luxemburgo, representando a União Européia. Eles deverão discursar pelos 60 anos da libertação de Auschwitz, o maior campo da morte.

Jorge Semprun, sobrevivente do campo de concentração de Buchenwald, na Alemanha, falou na sessão como representante da Chancelaria da Espanha. Paul Wolfowitz, vice-secretário da Defesa dos EUA, vai liderar a delegação de seu país.

A Itália está enviando seu presidente do Senado e a Rússia, cujas tropas libertaram Auschwitz no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, foi representada por seu comissário dos direitos humanos.

- O mal que destruiu seis milhões de judeus, e outros, naqueles campos é o mal que ainda nos ameaça a todos hoje em dia - disse Annan pouco antes do evento.

- Não é algo que possamos deixar no passado distante e esquecer - disse ainda.

Entre um milhão e 1, 5 milhão de prisioneiros, a maioria judeus, foram mortos somente em Auschwitz, em câmaras de gás ou de fome e doenças. Ao todo, seis milhões de judeus foram exterminados nos campos nazistas e milhões de outras pessoas, incluindo poloneses, homossexuais, prisioneiros soviéticos e ciganos, morreram ou foram usados como escravos nos campos.

A liberação de Auschwitz foi lembrada neste ano como o Dia em Memória do Holocausto, e líderes mundiais participarão de cerimônias na Polônia no dia 27 de janeiro. Para acompanhar a sessão da assembléia da ONU, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Silvan Shalon, abrirá uma exposição de fotos e desenhos do campo de Auschwitz, chamada "A Profundeza do Abismo".

Ela contou com cerca de 60 desenhos feitos por Zinovii Tolkatchev, soldado do Exército Vermelho russo durante a libertação dos campos de Majdanek e Auschwitz. Elie Wiesel, laureado com o Prêmio Nobel da Paz e sobrevivente dos campos de concentração, participou da cerimônia ao lado do congressista norte-americano Tom Lantos - um democrata da Califórnia salvo da morte por Raoul Wallenberg, diplomata sueco que resgatou dezenas de milhares de judeus na Hungria. Wallenberg é tio da mulher de Annan, Nane. A cerimônia foi requisita pelo embaixador dos EUA na ONU, John Danforth, em carta de 9 de dezembro.

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