A comissária para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Mary Robinson, pediu uma pausa nos ataques. “Os Estados Unidos devem deter temporariamente os bombardeios contra o Afeganistão para permitir um acesso massivo de ajuda humanitária ao país e possibilitar que os civis afegãos atravessem as fronteiras “, declarou Robinson.
Enquanto prosseguem os ataques aéreos americanos contra o Afeganistão, manifestações contra os Estados Unidos são registradas em vários países muçulmanos.
As forças armadas dos Estados Unidos estão atacando o Afeganistão pelo sexto dia, desta vez visando concentrações de soldados do grupo Talebã nas proximidades da capital, Cabul.
Testemunhas dizem que foram vistas grandes explosões na frente de batalha entre o grupo e a Aliança do Norte, que reúne movimentos de oposição ao Talebã.
Antes do ataque, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o Talebã poderia evitar mais destruição caso entregasse o dissidente saudita Osama Bin Laden, apontado como responsável pelos atentados do dia 11 de setembo em Nova York e Washington. Do contrário, disse Bush, a campanha militar pode durar anos.
Por sua vez, o Talebã acusou os americanos de atingirem civis deliberadamente nos ataques, causando a morte de pelo menos 200 pessas em um vilarejo perto de Cabul.
Medo
O secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, disse que os EUA lamentam a perda de vidas inocentes, mas negou com veemência que os ataques visem alvos civis.
Cabul e áreas próximas à cidade foram bombardeadas durante toda a noite de quinta para sexta-feira. Segundo americanos e britânicos, os alvos dos ataques foram o aeroporto da cidade e o Ministério da Defesa.
“Os aviões chegaram de repente e começaram a bombardear”, disse à seção afegã da BBC um morador de Cabul que testemunhou os ataques.
“Ficamos com medo de que as bombas atingissem as casas. Os aviões vieram cinco vezes, e não pudemos dormir até de manhã.”
Também houve ataques durante a noite às cidades de Jalalabad e Kandahar, que é considerada um bastião do Talebã.