OIT: ocupada e preocupada com a crise mundial do emprego

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Publicado Segunda, 25 de Junho de 2012 às 10:01, por: CdB

No meio das turbulências da atual crise econômica, com fortes ventos na Europa, foi realizada entre os dias 30 de maio e 14 de junho a Conferência 101ª da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com um enfático chamado a solucionar o desemprego juvenil.

Tal convocação aprovada pelos quase quatro mil delegados dos 189 países membros, inclui um conjunto de medidas já implementadas com sucessos em várias nações, o que atribuiu um caráter de urgência às ações que se executem daqui para frente.

A atual crise do emprego afeta 75 milhões de mulheres e homens jovens em todo o mundo, o que implica o risco de deixar desamparada toda uma geração se essa grave situação não for encarada com firmeza.

A não ser que sejam empreendidas medidas imediatas e enérgicas, a comunidade mundial terá que enfrentar o sombrio legado de uma geração perdida, sublinhou o texto final da Conferência.

O documento indicou algumas das opções que os governos podem adotar, com o apoio de empregadores e trabalhadores, tais como resolver o desequilíbrio entre a oferta e demanda, melhorar os sistemas de emprego-formação e promover a capacidade empresarial dos jovens.

Os delegados à Conferência exigiram aos governos, ao sistema multilateral, ao G20 e a todas as organizações pertinentes a nível nacional, regional e internacional que enfrentem o problema, com a liderança da OIT.

Muito foi aprendido sobre como superar os obstáculos que os jovens encontram dentro do mercado de trabalho, mas em muitos países políticas macroeconômicas ineficientes não geraram suficientes empregos no geral e, em particular, para os jovens.

A OIT tem um importante papel a desempenhar neste processo com seu apoio aos Governos, os interlocutores sociais e o sistema multilateral, em aras de promover trabalho decente para os jovens.

O chamado foi a um compromisso político e a enfoques inovadores, já que 75 milhões de jovens estão desempregados, quatro milhões a mais que em 2007, e desse total seis milhões abandonaram completamente a procura por trabalho, enquanto dos que trabalham, mais de 200 milhões ganham menos de dois dólares por dia.

De acordo com essas cifras, é necessário um enfoque equilibrado para promover um crescimento inclusivo, capaz de criar os 600 milhões de novos postos de trabalho necessários nos próximos 10 anos, de acordo com as estatísticas da OIT.

O desemprego entre os jovens alcançou níveis insustentáveis, motivo pelo qual é preciso priorizar a criação de postos de trabalho como parte das políticas macroeconômicas.

No entanto, sobretudo na Europa, adotam-se medidas de austeridade fiscal que dão espaço a rápidos incrementos do desemprego dos jovens e um crescimento econômico negativo em vários países.

Para o diretor do Instituto Internacional de Estudos Sociais da OIT, Raymond Torres, a degradação da situação trabalhista se deve às dificuldades de acesso ao crédito, sobretudo para as pequenas e médias empresas nas economias avançadas, e aos cortes aplicados para "tranquilizar os mercados financeiros".

"A austeridade não produziu mais crescimento econômico, é contraprodutiva, deu lugar a um fraco crescimento econômico e destruiu empregos sem nem sequer reduzir de forma considerável o déficit orçamental", afirmou o especialista durante a Conferência

Após quatro anos de recuperação econômica, a situação mundial em termos de emprego segue sendo um enorme desafio e as expectativas de futuro não são nada alentadoras.

A OIT citou como exemplo o que acontece dentro do Grupo dos 20 no setor trabalhista: 84 milhões de pessoas sem trabalho, das quais 44%, isto é uns 37 milhões - são mulheres e homens jovens.

Dentro desse bloco, cerca de 300 milhões de pessoas vivem em economias emergentes e têm empregos informais de baixa produtividade no setor agrícola, enquanto que na União Europeia, mais de 24 milhões de pessoas não encontram ocupação.

Outro importante ponto da 101ª Conferência Internacional da OIT foi a aprovação do convênio destinado a melhorar as condições trabalhistas e de vida de dezenas de milhões de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no mundo, que recebeu sua primeira ratificação por parte do Uruguai.

De acordo com recentes estimativas baseadas em dados de 117 países, o número de trabalhadoras e trabalhadores domésticos no mundo é de pelo menos 53 milhões.

Mas como este tipo de trabalho é informal, os dados estimativas. Na verdade, calcula-se que,  esses trabalhadores podem s9omar mais de 100 milhões.

Nas nações em desenvolvimento, representam entre quatro e 12% do emprego assalariado e cerca de 83% são mulheres, e muitas, emigrantes.

Os participantes do encontro também aprovaram uma recomendação sem precedentes, que aspira estender a assistência médica essencial e uma garantia mínima de segurança a mais de cinco bilhões de pessoas em todo o planeta sem proteção social adequada.

Essa normativa pode reduzir notavelmente a pobreza, a desigualdade, a saúde inapropriada e o número de mortos prematuros.

"A segurança social tem demonstrado ser uma medida anticrise muito eficaz. Protege e capacita as pessoas, contribui com o impulso da demanda econômica e ajuda a acelerar a recuperação. Além disso, é base para o crescimento econômico sustentável e inclusivo", declarou o diretor geral da OIT, Juan Somavia.

Com essa importante proposta, a OIT enviou ao mundo uma mensagem firme para estender os sistemas de segurança social apesar da crise econômica, o que significa oferecer níveis mais altos de segurança nacional garantidos pela legislação da cada país ao máximo de pessoas possível e o mais rápido possível, segundo as condições.

Fonte:  Prensa Latina.

 

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