OCDE reduz previsão de crescimento global com ameaça da crise europeia

Arquivado em:
Publicado Terça, 27 de Novembro de 2012 às 07:49, por: CdB

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cortou suas previsões para o crescimento global nesta terça-feira, alertando que a crise da dívida na zona do euro é a maior ameaça à economia mundial.

moeda-euro-derretida-crise-economia-20111108-20-size-5982-300x168.jpg
À luz do cenário econômico ruim, a OCDE pediu que os bancos centrais se preparem para mais afrouxamento monetário excepcional se os políticos não conseguirem dar respostas críveis à crise da dívida. A entidade sediada em Paris, em seu relatório semestral Perspectivas Econômicas, previu que a economia global crescerá 2,9% este ano, antes de expandir 3,4% em 2013. A estimativa marcou uma forte queda desde a última projeção da OCDE em maio, de 3,4% para este ano e de 4,2% em 2013. A zona do euro está enfrentando dois anos de contração econômica, enquanto os Estados Unidos correm o risco de entrar em recessão se os parlamentares do país não chegarem a um acordo para evitar uma combinação de aumentos de impostos e cortes orçamentários que entrarão, caso contrário, em vigor no ano que vem. Desde que o impasse em Washington seja superado, a maior economia do mundo irá crescer 2,0% no ano que vem, estimou a OCDE, cortando sua projeção de 2,6% em maio. - O abismo fiscal norte-americano é uma fonte muito importante de preocupação, mas o maior risco continua sendo a zona do euro - afirmou o economista-chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters. - A razão para isso não é apenas recessão, mas também o fato de que diferentes ciclos de política negativa entre dívida soberana, a situação bancária e riscos de saída permanecem. Portanto a região como um todo continua num estado de fragilidade. Ao cortar suas estimativas, a OCDE prevê agora que a economia da zona do euro irá contrair 0,4% este ano e outro 0,1% no ano que vem, apenas retornando ao crescimento em 2014, com uma taxa de 1,3%. A OCDE alertou que condições financeiras divergentes dentro da união monetária europeia ameaçam dividi-la se as autoridades falharem em conter a crise da dívida. - A zona do euro, que está testemunhando pressões de fragmentação significativas, pode estar em perigo - escreveu Padoan no prefácio do relatório, pedindo que os políticos superem os obstáculos sobre um único supervisor bancário liderado pelo Banco Central Europeu (BCE). Dada a fraqueza das perspectivas da economia global, a OCDE alertou os governos sobre serem muito zelosos em seus apertos orçamentários e recomendou que Alemanha e China façam até mesmo estímulos temporários de gastos para reanimar o crescimento. Apoio de bancos centrais Com muitas das principais economias fraquejando, Padoan afirmou que seria prematuro para os bancos centrais tirarem da mesa qualquer medida de afrouxamento monetário neste momento. - Eles devem estar preparados para fazer mais no curtíssimo prazo se as coisas se deteriorarem - disse Pardoan à Reuters. Ele apontou o BCE como o primeiro candidato a tomar mais ação, dizendo que este tem escopo para cortar sua principal taxa de juros em 0,25 ponto percentual, da atual mínima recorde de 0,75%. O BCE deve também considerar estabelecer uma taxa de depósito negativa e enviar um forte sinal aos mercados sobre suas intenções de taxas de juros no longo prazo, afirmou a OCDE. O banco central alemão tem sido um oponente declarado ao BCE tomar mais ações excepcionais para colocar a crise da dívida sob controle, em parte por causa de preocupações de que liquidez adicional pode impulsionar a inflação. - Nós acreditamos que os temores de que liquidez excessiva pode alimentar a inflação no curto prazo são inapropriadas - disse Pardoan.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo