O mundo se mobiliza em protestos contra possível guerra

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Publicado Domingo, 19 de Janeiro de 2003 às 10:09, por: CdB

Por todo o mundo, dezenas de milhares de pessoas mobilizaram-se, neste sábado, em protestos das mais diversas naturezas contra uma possível guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Algumas das maiores manifestações foram planejadas na Alemanha e em Londres, além de diversas cidades nos Estados Unidos, que deverão ter 120 mil militares na região do Golfo Pérsico até meados de fevereiro. A onda de protestos começou em Christchurch, na Nova Zelândia, onde 400 pessoas compareceram a um comício organizado pelo Partido Verde. Em Tóquio, cerca de quatro mil pessoas, entre estudantes e sindicalistas, assistiram a um concerto e participaram de uma marcha pelas ruas da capital japonesa. Em Rawalpindi, no Paquistão, crianças deram-se as mãos, formando uma corrente humana, em protesto convocado por 27 organizações não-governamentais. Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra os motivos econômicos por trás da guerra que pode vir a ser declarada pelos Estados Unidos. "Exigimos que os Estados Unidos parem de agir unilateralmente no sentido de impor sua agenda econômica ao mundo", disse um jovem. Centenas de pessoas concentraram-se em frente à embaixada dos Estados Unidos em Moscou e gritaram lemas antiamericanos. Segurando cartazes com dizeres como "O Iraque não é seu rancho, sr. Bush", a multidão também cantou canções pró-comunismo. Na Europa, houve protestos nas cidades alemãs de Hamburgo, Colônia e Heidelberg - esta última abriga o quartel-general europeu do Exército norte-americano - e em Bruxelas, na Bélgica. Em Londres, uma multidão reuniu-se em frente ao Quartel Permanente Conjunto das Forças Armadas Britânicas para expressar sua oposição ao apoio do primeiro-ministro Tony Blair às iniciativas de Washington. Em Paris, os franceses gritaram palavras em inglês: "Stop Bush! Stop war!" (Parem Bush, Parem a guerra). A terceira passeata realizada no país desde outubro contra a possibilidade de guerra atraiu cerca de seis mil pessoas. "Quando marchamos, vemos que as pessoas estão acordando para o problema", declarou a estudante Flore Boudet, que participou do protesto junto com um grupo de colegas da Universidade de Sorbonne. Na Suécia, cinco mil pessoas saíram em passeata pelas ruas de Goteburgo. Protestos nos EUA Nos Estados Unidos, a mobilização começou cedo. Em Washington e em San Francisco, centenas de pessoas concentraram-se já de manhã para os protestos, exigindo que a Casa Branca recue e deixe os inspetores de armas das Nações Unidas fazer seu dentro do prazo acertado. Os organizadores esperavam dezenas de milhares de pessoas, na maior manifestação dos norte-americanos contra a guerra desde que o presidente George W. Bush começou a falar em atacar Bagdad, no ano passado. Os protestos contam com a presença de celebridades de Hollywood, políticos, líderes sindicais e religiosos, ativistas dos direitos civis. Em Washington, um dos primeiros oradores foi o veterano da Guerra do Vietnã Ron Kovic, que escreveu a autobiografia "Nascido em 4 de Julho". Em sua cadeira de rodas, empunhando um megafone, Kovic conclamava os transeuntes a se juntar à manifestação junto ao Capitólio. "Vocês farão parte de um momento extraordinário na história deste país", dizia. Manifestantes responderam com gritos de "Nada de sangue por petróleo!". Em seu discurso, o reverendo Jesse Jackson acusou o governo de Bush de manter uma política externa incoerente. "Não faz sentido ter um confronto inacabado com a Al Qaeda, ignorar o Oriente Médio e agora correr para o Iraque", afirmou. "Podemos dizer à Coréia do Norte: 'Vamos optar pela negociação, e não pelo confronto'. Digam isso ao Iraque também: 'Escolhamos o diálogo, não o confronto'". Do outro lado do mundo, na sexta-feira, mais de 1.500 pessoas agitaram cartazes com a palavra "Não!" e percorreram as ruas de Manama, capital de Barein, para exigir que o governo expulse as forças norte-americanas do país. O pequeno r

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