NY pára com greve de transportes

Arquivado em:
Publicado Terça, 20 de Dezembro de 2005 às 15:26, por: CdB

Os trabalhadores do setor de transportes de Nova York paralisaram suas atividades pela primeira vez em 25 anos nesta terça-feira, deixando os milhões de pessoas que dependem do maior sistema de ônibus e metrôs dos EUA impossibilitados de se locomoverem. As negociações finais entre o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes e da Metropolitan Transportation Authority (MTA), entidade estatal que regula o setor, fracassaram pouco antes da meia-noite, o prazo para a declaração da greve. O sindicato rejeitou a oferta da MTA e abandonou a mesa de negociações. Cerca de três horas depois, o sindicato iniciou a greve, paralisando todo o sistema de ônibus e metrô que serve a 7 milhões de passageiros diariamente. A última greve do tipo, em 1980, durou 11 dias, e esta também pode se arrastar por algum tempo.

Desde a madrugada, a polícia criou bloqueios nas entradas dos túneis e das pontes de Manhattan, mandando de volta carros com menos de quatro passageiros. Carros e táxis tinham de esperar até 40 minutos para entrar em Manhattan, onde o tráfego ainda estava bom graças ao bloqueio aos veículos. Muitos ônibus fretados, trens de subúrbios e balsas ainda estava operando e algumas empresas de Wall Street alugaram ônibus.

Para Joy Bennet, uma imigrante jamaicana vivendo no Bronx, a greve ofereceu a primeira oportunidade de ver Manhattan de cima, já que ela normalmente viaja pelos trens no subterrâneo. "É lindo", disse ela, passeando sob as luzes de Times Square, antes do amanhecer. Outros ficaram irritados. A paralisação viola uma lei estadual que proíbe a greve de funcionários públicos, e os membros do sindicato podem sofrer graves penas.

"Eles deveriam ir para a cadeia. Eles deveriam negociar e continuar trabalhando - disse Jim Giannella, 53, do lado de fora de uma estação de metrô na Times Square, lacrada com fita vermelha.

O chefe do sindicato, Roger Toussant, disse que a entidade, que representa 34 mil trabalhadores, votou em massa pela greve.

-Os trabalhadores do transporte estão cansados de ser subestimados e desrespeitados - afirmou.

No auge dos feriados de fim de ano, quando o turismo e as compras tendem a encher a cidade, a greve pode custar a Nova York até 400 milhões de dólares por dia, afirmaram autoridades. O prefeito Michael Bloomberg disse que a greve é "ilegal e moralmente repreensível" e uma "tentativa covarde" do sindicato de levar vantagem nas negociações.

- Não podemos dar ao sindicato a satisfação de criar o tumulto que eles, desesperadamente, estão tentando criar. Não podemos deixar as inconveniências, por maiores que sejam, pararem nossa economia, fechar as escolas e colocar em risco a segurança pública - disse o prefeito.

Advogados da MTA e da cidade solicitaram imediatamente uma audiência judicial de emergência contra o sindicato, disse Bloomberg. O sindicato reivindica aumento de salário, assistência médica e aposentadoria.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo