Novo avião de Lula chega ao Brasil e aposenta "Sucatão"

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Publicado Sábado, 15 de Janeiro de 2005 às 14:43, por: CdB

O novo avião presidencial, batizado oficialmente de Santos Dumont, pousou em solo brasileiro neste sábado e aposentou definitivamente o chamado "Sucatão", antigo Boeing usado em viagens nacionais e internacionais pelo presidente da República.

O vôo de estréia saiu de Tolouse, na França, e terminou na base aérea de Brasília às 10h35, após sofrer um atraso de 40 minutos devido a uma corrente de vento na região da costa da África.

A aeronave, fabricada pela empresa Airbus, custou ao país 56,7 milhões de dólares. A compra, cogitada desde o governo Sarney, era tida como uma medida impopular por envolver grande quantia de dinheiro.

Havia críticas de que seria mais barato aos cofres públicos fretar vôos a cada viagem do presidente. A Aeronáutica fez contas para rebater as argumentações "negativas".

Segundo o tenente-brigadeiro-do-ar, Luiz Carlos da Silva Bueno, comandante da Aeronáutica, o aluguel de vôos comerciais custa, em média, 12 mil dólares a hora. Esse valor supera os gastos com a hora de vôo prevista para o Santos Dumont, de 2,15 mil dólares.

- Em um ano, economizaremos 5,2 milhões de dólares. Em 11 anos, será possível pagar (com a economia) o preço da aeronave - argumentou o comandante, acrescentando que, de acordo com o contrato, a Airbus se compromete a investir no Brasil, entre transferência tecnológica e aporte de recursos, o equivalente ao valor da compra.

Apelido bem-humorado

Antes mesmo de ser nomeado Santos Dumont, o novo avião presidencial já tinha um apelido bem-humorado: "Aerolula", uma sátira à iniciativa do mandatário brasileiro de substituir o Boeing 707.

O "Sucatão" transportou ao longo de 19 anos cinco presidentes da República. A aeronave era considerada obsoleta pelas Forças Armadas e já apresentava dificuldades de pousar em aeroportos comerciais muito rígidos, que proibiam o passeio de aviões velhos.

Ficha técnica

Assim que o Santos Dumont tocou o solo brasileiro pela primeira vez era comum a expressão de orgulho entre os comandantes da Aeronáutica.

O piloto que conduziu o avião para o Brasil, tenente-coronel Univaldo Batista de Sousa, não escondeu a emoção ao desembarcar. Com os olhos vermelhos, foi logo abraçado pela esposa que o aguardava na pista de pouso.

Lula só deve conhecer a sua mais nova aquisição no próximo dia 19, quando vai a Tabatinga (AM) para participar de cerimônia oficial.

O projeto interno do avião possui um quarto com cama de casal, estofados em couro nas poltronas, gabinete de despachos e banheiro com chuveiro.

A capacidade máxima é de 55 passageiros, incluindo a tripulação, e a vida útil é de 30 anos. O avião é capaz de operar em aeroportos situados a grandes altitudes e em condições de formação de gelo.

O Santos Dumont pode atingir velocidade máxima de 650 quilômetros por hora e consumo médio de combustível três vezes menor que o do "Sucatão".

A Aeronáutica não permitiu que a imprensa entrasse no avião por questões de segurança de Estado e mantém sigilo sobre suas condições de defesa.

Além do preço, o governo considerou na compra do avião a possibilidade de realizar longos trajetos e operar pousos em pistas pequenas. O Airbus pode viajar do Brasil aos Estados Unidos, ao Canadá e a países da Europa sem necessidade de interrupções para reabastecer.

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