'Não estamos apenas transferindo renda', diz Dilma, ao anunciar Brasil Carinhoso

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Publicado Quinta, 29 de Novembro de 2012 às 12:37, por: CdB
'Não estamos apenas transferindo renda', diz Dilma, ao anunciar Brasil Carinhoso

Presidenta oficializa segunda etapa programa, que procura tirar mais 8,1 milhões de pessoas da pobreza extrema, totalizando 16,4 milhões de beneficiados

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 29/11/2012, 16:30

Última atualização às 16:30

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"O Brasil Sem Miséria é nosso caminho, e o Brasil Carinhoso é a ação nascida do Bolsa Família para continuar a luta, ensinada lá atrás por Lula", disse Dilma (Foto:Roberto Struckert Filho/Planalto)

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff (PT) anunciou hoje (29), em Brasília, a segunda etapa do programa Brasil Carinhoso, que garante a todas as famílias extremamente pobres, com pelo menos uma criança, renda de R$ 70 per capita. A primeira etapa, anunciada em maio deste ano, compreendia crianças de zero a seis anos. Agora, o programa foi ampliado para atender crianças e jovens de até 15 anos. As famílias cadastradas passarão a receber o benefício a partir do dia 12 de dezembro. Como parte do Bolsa Família, o Brasil Carinhoso exige contrapartidas. Para ter acesso ao programa, as crianças e os adolescentes deverão ter frequência mínima de 85% nas escolas. Dilma disse que a ação está ligada ao programa de construção de creches, do governo federal, o Alfabetização na Idade Certa e ao Mais Educação, que investe no ensino integral nas redes estaduais e municipais de ensino. “Não estamos apenas transferindo renda, pois com o Brasil Carinhoso reforçamos o compromisso do Estado brasileiro e das famílias beneficiárias [com a educação]”, afirmou.

Serão 16,4 milhões de beneficiados, somando o total de pessoas das famílias com crianças de zero a 15 anos. Com a ampliação do programa, mais 8,1 milhões de crianças serão atendidas. As famílias compreendidas pelo Brasil Carinhoso são as que têm pelo menos um filho e que possuem uma renda inferior aos R$ 70 per capita, um valor que o governo federal entende como o mínimo para a sobrevivência. O Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem Miséria, criado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com o objetivo de tirar 36 milhões de brasileiros da pobreza extrema. Com a ampliação do programa, haverá um custo adicional deR$ 1,74 bilhão por ano no orçamento do Bolsa Família. De acordo com o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a previsão de orçamento do Bolsa Família em 2013, é de R$ 23,1 bilhões.

“O Brasil Sem Miséria é nosso caminho, e o Brasil Carinhoso é a ação nascida do Bolsa Família para continuar a luta, ensinada lá atrás por Lula, contra a situação de pobreza extrema. Nasce como uma iniciativa que o Brasil oferece aos seus filhos mais frágeis, para que eles possam crescer fortes e saudáveis, com as mesmas oportunidades dos outros brasileiros e brasileiras, que têm casa, comida, roupa, brinquedo, remédio e escola, e que têm futuro”, disse Dilma.

A presidenta afirmou que o Brasil Carinhoso é a mais forte iniciativa de combate à pobreza extrema no Brasil. "Quando eu anunciei o Brasil Carinhoso, afirmei ser uma tristeza dupla um país ter gente ainda vivendo na pobreza absoluta, e essa pobreza, ainda por cima, se concentrar mais fortemente nas crianças e nos jovens. Essa, sem dúvida, é uma realidade dramática e um triste paradoxo. E essa é a razão do Brasil Carinhoso."

Dez anos depois da criação do Bolsa Família, Dilma ressaltou a importância do governo Luiz Inácio Lula da Silva no combate à pobreza. “A contradição foi encarada pelo Lula a partir de 2002, quando ele teve na época a ousada ideia – bastante criticada – de criar o Bolsa Família. Naquele momento, o Bolsa Família era um combate generalizado, porque se tratava de criar uma rede de proteção para os mais pobres, para garantir o mínimo para a sobrevivência, para matar a forme e para garantir que as crianças fossem à escola e fossem vacinadas. Naquele momento, usamos as armas que o Brasil dispunha e tiramos, dos 36 milhões, 17 milhões da pobreza extrema, elevando-os para a renda igual ou acima de R$ 70. No entanto, 19 milhões ainda permaneceram lá”, afirmou ela.

Para Dilma, o desenvolvimento do Bolsa Família foi fundamental para a elaboração das políticas de combate à desigualdade. “O programa nos deu condição de avaliar onde estavam, como atingi-las, e como eram essas famílias. A partir daí, nós tomamos novas atitudes muito concretas para atacarmos essa questão”, disse.

A presidenta ressaltou que as políticas educacionais são as ideais parara assegurar as oportunidades para as crianças e os adolescentes. “Na primeira fase do Brasil Carinhoso e na segunda fase nós continuaremos adotando a oferta de vagas em creches e pré-escolas e mantemos a obrigação da frequência escolar mínima de 85% – que continuará a ser fiscalizada com rigor. Creches, alfabetização na idade certa e ensino integral são cruciais para que consigamos estabilizar, e mais do que estabilizar, dar sustentação a novas conquistas. Esse é o dever de qualquer sociedade que se pretende civilizada e é uma obrigação de um país que quer todos os seus cidadãos engajados na tarefa de construir uma economia mais forte e competitiva e uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais igual”, concluiu.

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