Mostra Arte Futebol começa no Rio de Janeiro

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Publicado Quarta, 09 de Janeiro de 2002 às 16:58, por: CdB

O futebol é a maior referência do Brasil no mundo inteiro (ao lado da música), mas pouco inspirou nossos artistas e historiadores. A exposição Arte Futebol, que será inaugurada amanhã, na sala Mário Pedrosa do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), é uma tentativa de corrigir essa situação. A mostra, que reúne 16 obras, lança projeto do Museu Internacional do Futebol, que será instalado no Maracanã, e o site da instituição, que estréia na Internet esta semana. Também amanhã, o jornalista Cláudio Vieira autografa o livro Maracanã, Templo dos Deuses Brasileiros, contando a história do estádio. "É difícil explicar por que os artistas pouco falaram do futebol, mas isso acontece também com o carnaval. É o que temos de melhor na cultura popular e a elite só se apropria deles pelo veio antropológico", teoriza o artista plástico e poeta Xico Chaves, curador da mostra, ao lado de Giovana Moriconni. "O interessante é que os artistas amam o futebol e o carnaval. Talvez não os tenham como tema porque são manifestações tão ricas do povão que se bastam, não precisam da arte elitizada para traduzi-los." Os curadores encontraram 16 obras no acervo do MNBA e em coleções particulares. Os mais antigos são Football, de Timóteo da Costa, ainda com grafia inglesa, e Fla-Flu, de Djanira, raros exemplos de arte moderna com o tema. Entre os contemporâneos, o esporte é mais freqüente, seja na obra de Rubens Gershman, que homenageou o Galinho de Quintinho em Zico em Ação, e na de João Magalhães, em um óleo sobre tela sem título, no qual a bola é o único elemento figurativo. Ana Durães usou o rosto de Garrincha em ladrilhos que formam um painel. O escultor Ricardo Basbaum surpreendeu o goleiro no momento em que agarra a bola, enquanto Xico Chaves, com Sport-ação, juntou coadores de café, minerais e a bola. "Nossos principais produtos de exportação", explica ele. Maracanã - O livro sobre o Maracanã é resultado de uma vida inteira em função do estádio. Cláudio Vieira, repórter esportivo, nasceu num bairro vizinho, na zona norte do Rio, e passou seus melhores momentos da infância e da adolescência lá. Levou dois anos pesquisando desde a origem do estádio até os dias de hoje. Para Vieira, aos 51 anos, o Maracanã é um estádio moderno e ainda serve de modelo para os que são construídos. "É inacreditável que pensaram em demoli-lo, em 1998. Felizmente, optou-se pela restauração", conta Vieira. O livro foi lançado em dezembro de 2000, como brinde da construtora Varca Scatena, responsável pela obra, e agora chega às livrarias por R$ 60,00. Não é preciso entender de futebol para apreciá-lo, mas Vieira enriqueceu a pesquisa com detalhes que vão da foto do hipódromo que havia no terreno até os anos 40 à planta frontal e os detalhes técnicos do projeto, que lhe permite ter linhas arrojadas, como se estivesse solto no ar. Mas o melhor é a parte em que jogadores brasileiros que fizeram a fama do estádio contam seus segredos. "Temia criar ciúmes com essa lista, mas a direção do Maracanã resolveu meu problema criando um hall da fama, com 51 atletas", explica Vieira. "Faltam alguns nomes da minha lista pessoal mas, no geral, os melhores estão lá, contando o que ninguém ainda sabia." Além do livro sobre o Maracanã, a mostra Arte Futebol conta com a maquete do Museu Internacional do Futebol, que funcionará sob a arquibancada próxima ao portão 18 do Maracanã. O projeto é da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que também patrocina a mostra Arte Futebol, e vai reunir o acervo do Museu Garrincha, que já funciona no estádio, instalações com momentos importantes do futebol e fotografias dos campeonatos internacionais dos quais o Brasil participou, incluindo as Copas do Mundo. Reproduções de algumas obras de artes plásticas também estarão lá, tudo distribuído num espaço de 3 mil metros quadrados. Segurança - "Não teremos peças originais porque não há segurança suficiente no Maracanã. Os clubes se interessam, mas ficam reticentes qu

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