Morte do refém deixa sul-coreanos em choque

Arquivado em:
Publicado Quarta, 23 de Junho de 2004 às 05:25, por: CdB

Após o assassinato de um compatriota no Iraque, os sul-coreanos direcionaram sua raiva nesta quarta-feira ao governo, que rejeitou a exigência dos sequestradores de cancelar o plano de enviar mais tropas ao país árabe.

Enquanto alguns continuam a apoiar o plano de mobilizar mais 3.000 soldados para o Iraque, onde atualmente estão 670 soldados, outros questionam o alto custo após a morte de Kim Sun-il, de 33 anos.

A tragédia humana atingiu a todos, principalmente depois do choro desesperado de Kim enquanto implorava por sua vida.  "Imagine seu próprio filho morrendo dessa forma", disse a dona-de-casa Seo Tae-chung, de 61 anos.

"Se eu fosse a mãe dele, pensaria que teria sido melhor morrer no lugar dele", afirmou Seo, acrescentando ser contra o envio de tropas, mas dizendo estar ciente de que a influência dos Estados Unidos tornava isso inevitável.

O presidente Roh Moo-hyun disse ao país, em comentários transmitidos pela televisão, que ele está com o coração partido, mas que não desistirá do envio de tropas. Muitos sul-coreanos discordam.

"Acho que devemos reconsiderar seriamente se devemos enviar as tropas ao Iraque", declarou o motorista de táxi Chung Kwang-dae. "Eles mataram Kim porque estamos com os americanos."
"Não consegui dizer 'tenha um bom dia' para outras pessoas nesta manhã por causa das notícias trágicas", comentou Yoon Hyun-sung, 31 anos e operador financeiro. "O governo deveria ter cancelado o plano de tropas se realmente se importa com seu próprio povo mais do que com o relacionamento com os EUA."

Muita gente se disse confusa a respeito da política no Iraque após o assassinato. "Vi e ouvi na TV as calamidades que os reféns enfrentam, mas nunca esperava que acontecesse conosco", declarou o estudante Kim Dae-hwan, de 23 anos. "Eu sempre fui a favor do envio de tropas, mas agora estou realmente confuso."

O partido Uri, no governo, emitiu um comunicado expressando seu choque com o assassinato, que classificou de "crime imperdoável", e prometeu fazer todos os esforços possíveis para proteger os cidadãos sul-coreanos.

A Coréia do Sul disse que soldados dos EUA encontraram o corpo de Kim cinco dias depois que ele foi capturado em Falluja, a oeste de Bagdá, por um grupo liderado pelo militante nascido na Jordânia Abu Musab al-Zarqawi.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo