Mohamed Morsi promete um governo de unidade nacional no Egipto

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Publicado Segunda, 25 de Junho de 2012 às 10:28, por: CdB

No Egipto o recém-eleito presidente Mohamed Morsi deu início a formação de um governo de unidade nacional.

Morsi foi declarado ontem como vencedor das eleições presidenciais pela Comissão Eleitoral, e é o primeiro presidente civil eleito do país.

Este líder da Irmandade Muçulmana venceu o seu adversário e antigo primeiro-ministro Ahmed Shafiq ao obter cerca de 52 por cento dos votos.

Mohamed Morsi está concentrar os esforços para a criação de um governo civil, respeitando as suas promessas de nomear alguns vice-presidentes.

Primeiro presidente eleito

Mohamed Morsi da Irmandade Muçulmana vai ser o primeiro presidente egípcio livremente eleito, depois do anúncio dos resultados oficiais, ontem.

No início da campanha eleitoral a correspondente da VOA, Elizabeth Arrott o visitou o líder islamista na sua aldeia natal, ainda no momento que se preparava para a sua longa caminhada ao palácio presidencial.

Diz ela há poucos meses atrás, era quase remota a hipótese de Mohamed Morsi ser eleito como o primeiro líder pós-revolução no Egipto.

Mas em Edwa, a sua terra natal a leste do Delta do Nilo, ninguém duvidava que Morsi viesse a ocupar uma tal posição.

Durante ainda um comício de campanha, o candidato da Irmandade Muçulmana não perdeu de vista os seus objectivos políticos e partilhou com os residentes de Edwa a sua modéstia origem.

“Nós não nascemos com colheres de ouro na boca” relembrou Morsi aos seus apoiantes. Disse também que o seu pai “trabalhou duro” e sempre levou-o consigo ao trabalho no dorso de um jumento.

Foi um momento ímpar numa rara conexão pessoal com o público que o ouvia. Era um discurso necessário e perante uma grande audiência onde muitos o consideravam de rígido, um carácter que em partes confirmava a sua já conhecida reputação de líder sem carisma.

A sua esposa, Nagla Ali era as vezes forçada a sair em sua defesa, dizendo que que não o considera de comediante mas que ele tem o senso de humor. Ele é sério nos momentos de seriedade, e extrovertido nos momentos próprios” adiantava na ocasião a futura primeira-dama egípcia.

Morsi é formado em engenharia nos Estados Unidos e os seus filhos até têm a nacionalidade americana.

Muitos dos seus opositores não consideram de boa natura a sua proveniência política – a Irmandade Muçulmana. Ele lidera a ala esquerda dessa formação política, e é descrito pelos seus opositores como tendo feito muito pouco para atenuar as dúvidas que pairam na comunidade cristã e entre as mulheres, com relação as posições defendidas pelo partido.

O eleito presidente egípcio vê-se assim obrigado a forjar num futuro breve um jogo de alianças entre as diversas correntes religiosas. Na sua governação, prevêem os analistas, ele deverá igualmente contar com o contributo de outros candidatos derrotados, entre eles, Abdullah al Ashaal.

“Ele enquanto presidente deverá ser apenas um guarda-chuva de protecção para todos os outros que não se identificam com a Irmandade Muçulmana.”

Mas muitos afirmam que seja lá o que Mohamed Morsi defender, a Irmandade Muçulmana, não é no fundo uma simples organização de beneficência.

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