Ministro israelense de Defesa ordena demolição de casas palestinas

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Publicado Quinta, 03 de Fevereiro de 2005 às 03:47, por: CdB

O ministro israelense da Defesa, Shaul Mofaz, em aberto confronto com os colonos, ordenou pela primeira vez a demolição de casas construídas em um assentamento judaico levantado na Cisjordânia sem permissão do Executivo. Informaram hoje, quinta-feira, fontes militares da administração civil, adscrita ao Exército nas zonas palestinas ocupadas da Cisjordânia sob seu exclusivo controle.

Trata-se do assentamento de Amona, junto ao de Ofra, este último com vários anos de existência e autorizado em seu momento pelo Executivo, diferente daquele, que tem dois anos. Seus habitantes preferiram hoje guardar silêncio ante os jornalistas.

Apesar de ser proibida expressamente pelo governo militar israelense a edificação de casas, que substituem caravanas que serviam como casas, os colonos fizeram caso omisso e seguiram com as obras, agregaram essas fontes.

O ministro Mofaz e os comandantes das Forças Armadas, lideradas pelo general Moshe Yaalon, estão há alguns meses em um aberto confronto político com os líderes dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Gaza.

A Comissão Parlamentar que deveria aprovar hoje uma lei destinada a indenizar os 8.000 colonos de Gaza e Cisjordânia que perderão seus lares, adiou a votação até o domingo pois, por enquanto, o governo não goza de uma maioria nesse órgão.

Segundo o relatório de uma ex-funcionária da Procuradoria Geral, a advogada Talia Sason, nos últimos dez anos foram construídos 120 desses embriões de assentamentos ou "cabos" (maajazim) como o de Amona, que começam habitualmente instalando caravanas para casa, um tanque de água e um gerador de eletricidade.

Em meios das Forças Armadas e dos serviços secretos (Shin Bet), informa hoje o jornal Haaretz, existe a suposição de que os extremistas vêem nos oficiais militares do sionismo religioso "o elo frágil" na cadeia de comando à medida que se aproxima a data para aplicar o "plano de desligamento".

- É preciso tratá-los (os radicais que ameaçam os oficiais militares) com luvas de aço. - disse uma fonte do exército.

Um fenômeno colateral é o dos militares na reserva que anunciaram sua intenção de desobedecer se receberem ordem de participar do desalojamento de assentamentos com lemas como "um judeu não tira outro judeu de seu lar".

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