O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garantiu que o Brasil está cumprindo rigorosamente com suas obrigações internacionais, tanto as que contraiu no acordo com a Argentina, quanto as assumidas depois, no acordo com a Agência Atômica de Viena.
A garantia foi dada em resposta ao jornal americano Washington Post. De acordo com o jornal, o país estaria impedindo inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica à usina de beneficiamento de urânio de Resende, no estado do Rio de Janeiro. Ele reafirmou que o Brasil nunca colocou obstáculos às inspeções, apenas negocia a forma como isso será feito. Ele ressaltou que o país tem de proteger a tecnologia que desenvolve.
Amorim disse que evitaria aprofundar sua avaliação, porque os procedimentos para a inspeção ainda não foram discutidos pelo governo. O ministro lembrou que o acordo do Brasil com a Argentina já previa salvaguardas de energia atômica abrangente com a Agência Atômica. Ele discordou da maneira como a reportagem foi escrita e a atribuiu a interesses de alguns organismos norte-americanos, como organizações não-governamentais, a acusação feita ao Brasil.
O ministro informou que nunca o governo brasileiro recebeu qualquer manifestação direta dos Estados Unidos, que leve a tratar a questão do enriquecimento de urânio como um impasse diplomático. Para ele há interesses de terceiros na reportagem do Post. O ministro fez as afirmações na Câmara de Comércio Americana do Rio.