Mineradora responderá por crime ambiental

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Publicado Sábado, 13 de Janeiro de 2007 às 12:20, por: CdB

A lama proveniente do vazamento de resíduos químicos da mineradora Rio Pomba, em Miraí (MG), já chegou ao município de Itaperuna, na região noroeste do Rio de Janeiro, mas o fornecimento de água para os quase 100 mil moradores não deve ser interrompido. 

O presidente da Companhia de Água e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae), Wagner Victer, informou que 50 técnicos estão na estação de tratamento do local adicionando produtos químicos para decantar os resíduos de alumínio e ferro e, a cada 30 minutos, a qualidade da água é monitorada. Além disso, a chuva que voltou a cair na região ajuda a diluir a água do rio.

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado, Wagner Victer, e o secretário de Ambiente do estado do Rio, Carlos Minc, informaram que na segunda-feira vão entrar na Justiça com ação indenizatória contra os responsáveis pela mineradora Rio Pomba Cataguazes. Segundo Victer, os prejuízos da Cedae por causa do acidente já passam de R$ 1 milhão.

O secretário Carlos Minc disse que a mineradora será acionada judicialmente com base em cinco artigos da Lei de Crimes Ambientais. Se os diretores da empresa forem condenados, podem pegar até 14 anos de prisão. "Por contaminação das águas, destruição de ecossistemas, agressões ao abastecimento humano. Isso é crime ambiental".  Além disso, informou Minc, "vamos pedir à Agência Nacional de Águas R$ 3 milhões para construir dois diques ao longo do rio Paraíba do Sul e recuperar a bacia do rio Muriaé". 

Victer informou ainda que, em Itaperuna, o monitoramento da água aponta uma turbidez 10 vezes acima do normal, mas, por enquanto, não há necessidade de interromper o abastecimento. Assim mesmo, segundo ele, 25 carros-pipa já estão à disposição e uma empresa de bebidas doou 30 mil garrafas de água mineral, que devem começar a ser distribuídas amanhã (14).

- A intervenção que estamos fazendo na estação de tratamento está nos permitindo produzir água com qualidade aceitável ao consumo, e isso faz com que a gente retire um pouco o medo da população - explicou.

O vazamento de rejeitos da mineradora Rio Pomba foi na madrugda de quarta-feira. Laje de Muriaé foi o primeiro município fluminense atingido pela lama. O fornecimento de água foi suspenso e os moradores estão sendo abastecidos por carros-pipa e água mineral cedida pela Companhia de Águas de Minas Gerais.

Victer anunciou que a Cedae não vai cobrar dos usuários o pagamento das contas de água enquanto o fornecimento estiver suspenso.

- Nem mesmo a taxa mínima, uma decisão inédita na história da companhia.

 Ele acredita que se o volume do rio Muriaé se mantiver alto, não será necessário interromper o fornecimento nos municípios de Italva e Cardoso Moreira. A região norte do estado, que é banhada pelo rio Paraíba do Sul, onde deságua o Muriaé também não deve ser atingida.

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